Foto: PM Miranda/Ilustrativa

Na noite do último sábado (24) uma moradora da cidade de Miranda telefonou para o 190, número de emergência da Polícia Militar, fingindo pedir a emissão de um boleto para pagar. Uma ligação até então anormal para o serviço de emergência, na verdade era um pedido de socorro por parte de uma vítima de violência doméstica, que foi compreendido pelo policial militar que atendeu o chamado e entendeu o recado.

“Vou te passar o endereço para que me mande o boleto para eu pagar” dizia a mulher no outro lado da linha, repetidas vezes. O atendente, Cabo Antonieto, notou que a mulher repetia demasiadamente a mesma frase em baixo volume e de maneira acelerada, motivo que o levou a permanecer na linha. Por conta disso, o militar escutou sons que remetiam a agressão física, choro e pedidos de socorro. Sabendo que a situação era grave, o atendente deixou a equipe PM de Rádio Patrulha em pronto emprego esperando o endereço para intervenção imediata.

Alguns minutos após, a vítima novamente ligou e dessa vez conseguiu passar o endereço de maneira velada, utilizando o mesmo teor do assunto anterior, Boleto:

“O endereço pro boleto minha filha, é Rua… nº… Bairro…”! Dizia ela várias vezes. Prontamente a equipe PM seguiu ao local e chegando à residência, o autor da violência doméstica, um homem de 54 anos, os atendeu dizendo que estava tudo tranquilo. Nesse momento, a vítima de 50 anos saiu correndo de dentro da casa e declarou estar sendo agredida por seu convivente, física e verbalmente, inclusive sendo trancada no quarto, caracterizando um possível cárcere privado.

A atual comandante do 2º Pelotão de Polícia Militar em Miranda, tenente Mirna, também é coordenadora do Promuse – Programa Mulher Segura da Polícia Militar, em Aquidauana e Anastácio, sempre reforça que os policiais militares estão sempre recebendo treinamentos para o atendimento de violência doméstica, tanto via telefone, quanto no momento da ocorrência.