Alvos de Operação, hospitais dizem colaborar com a PF

Os hospitais visitados pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira, 25 de janeiro, por conta da Operação Again, se manifestaram em notas encaminhadas à imprensa horas depois da investida policial. Todos afirmam que estão colaborando com as investigações. A PF investiga esquema de corrupção que teria braços em várias unidades hospitalares.

O Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (HUMAP) informou que está colaborando com as investigações, fornecendo documentos e arquivos e abrindo as portas da instituição para que os agentes federais possam esclarecer os fatos.

“A atual gestão do HUMAP, iniciada em outubro de 2017, informa que lamenta os eventuais desvios de recursos e materiais, já que tem se empenhado firmemente no controle de despesas. Para isso, desde o ano passado funcionários dos setores administrativo e financeiro têm participado de cursos de controladoria e auditoria internas com a Controladoria Geral da União (CGU), a pedido da própria direção do hospital”, diz a nota.

Em nota sucinta, o Hospital Regional também afirma que está colaborando com os trabalhos. “Informamos que essa operação é uma continuação da iniciada em 2013 juntamente com a Controladoria Geral da União, o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul abriu as portas para a Polícia Federal e está fornecendo todos os documentos solicitados para colaborar com as investigações.”

Caixa de Assistência dos Servidores Públicos de Mato Grosso do Sul (Cassems) esclareceu que as unidades hospitalares da entidade não são alvos das investigações.

“A investigação tem foco em empresa terceirizada de hemodinâmica, que realiza específicos exames cardiológicos de alta precisão. A empresa, alvo da operação, presta serviços para as unidades hospitalares da Cassems localizadas em Campo Grande e Dourados.”

A Cassems diz ainda que os protocolos seguidos pelas unidades hospitalares são rigorosos no controle da qualidade dos serviços prestados aos seus beneficiários. A Caixa de Assistência assegura que não admitirá, sob nenhuma hipótese, quaisquer irregularidades cometidas por prestadores terceirizados.

“Diante das denúncias divulgadas nesta manhã pela Polícia Federal, a Caixa de Assistência dos Servidores informa que tomará as medidas administrativas cabíveis ao caso, incluindo o afastamento imediato do médico investigado.” O médico em questão é Mercule Pedro Pauslista Cavalcante que está preso. Ele foi responsável pela instalação do setor de hemodinâmica do hospital da Cassems, inaugurado em outubro de 2016.

A PF suspeita que o desvios tenham ultrapassado  R$ 3,2 milhões. Os envolvidos fraudavam licitações, superfaturavam e desviavam material utilizado em tratamento de cardiopatias. Os suspeitos recebiam propina para beneficiar empresas, segundo as investigações da PF.

Fotos: Luciano Muta