Mesmo preso pelo assassinato da musicista Mayara do Amaral, o também músico Luis Alberto Barbosa Bastos mantém-se conectado ao Facebook, no perfil Luis Lou, e estaria online no Messenger desde a última terça-feira, 17 de outubro. A denúncia foi feita à Polícia Civil pela irmã vítima, Pauline Amaral, que também relatou o fato em seu perfil no Facebook. A defesa de Luis Alberto nega tal acusação.
“O Terceiro Departamento de Polícia de Campo Grande irá investigar de onde foi feito o acesso para confirmar se foi mesmo de dentro do Presidio de Trânsito de Campo Grande (MS), onde ele está atualmente preso. Caso isso seja confirmado, é mais um crime na lista de tantos outros cometidos por Luis Alberto Barbosa Bastos”, postou.
O crime pelo qual Luis está preso foi brutal. Ele atraiu Mayara até um motel em Campo Grande onde a matou a marteladas. O autor do crime alega que discutiu com a jovem e no momento da raiva a matou. Porém, a família da vítima sempre acreditou na premeditação. “Afinal de contas, quem leva um martelo para um encontro amoroso?”, postou recentemente a Pauline.
Imagem falsa – Pauline afirma ter se indignado também com a quantidade de postagens “fofas”, na qual Luis aparece defendendo os animais e pede mais empatia das pessoas. “Postagens que, pelo senso comum, não deveriam condizer com o modus operandi de uma pessoa fria e calculista como ele.”
A irmã da vítima diz ainda que vendo as fotos compreendeu como Luis foi capaz de enganar Mayara. “Ele não era alguém desconhecido (tenho cinco amigos em comum com ele!), alguém que tinha cara de mau ou mesmo passagem pela polícia.
Que isso sirva de alerta para outras mulheres: o agressor nem sempre tem cara de bandido. Se o caso de minha irmã for para Júri Popular, não é a figura daquele Luis que foi preso que veremos no dia do julgamento, mas a do bom moço que vemos nas fotos que estampam seu Facebook. Por fim, só posso dizer que é revoltante pensar que o homem que tirou da minha irmã o direito a vida ainda possa ter direito de usar as redes sociais.”
A delegada responsável pelo caso, Marília de Brito, disse à imprensa que o caso ainda não chegou à delegacia, mas irá levantar se o perfil não está sendo acessado pela perícia.
Defesa – O advogado de Luis, Conrado Passos afirma que a acusação de Pauline não tem qualquer procedência. “Luis está enclausurado, sem comunicação. Refutamos essa informação que, aliás, é leviana. A moça (Pauline) está colocando em xeque a segurança do sistema penitenciário, o que é muito sério”, analisa o advogado.
Feminicídio – Luis foi inicialmente acusado pelo crime de Latrocínio (roubo seguido de morte) já que pertences da vítima foram encontrados com ele. Além disso, ele teria tentado vender o carro da musicista. Contudo, recentemente, o juiz titular da 4ª Vara Criminal da Capital Wilson Leite Corrêa entendeu que o crime praticado foi, na verdade, feminicídio e encaminhou o caso para a 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande.