Forte armamento apreendido pelo Batalhão de Choque na noite do dia 26 de agosto, no Jardim Inápolis em Campo Grande, pode estar ligado com o aniversário do PCC (Primeiro Comando da Capital), “comemorado” no dia 31 de agosto. A apreensão pode ter frustrado algum atentado programado para o dia.
O arsenal estava em poder de Djalma da Silva Moreno, 50 anos, que foi denunciado por vizinhos por ter efetuado disparos no local. A casa do homem também funcionava como ponto de venda de drogas. Ele é apontado pela Polícia Civil como membro do PCC.
O suspeito foi preso em flagrante, mas a Justiça já converteu em preventiva. Para a Polícia Civil, o armazenamento do arsenal pode estar ligado com o aniversário da facção. “No presente caso restou claro e evidente que há fortíssimos indícios de que o conduzido (Djalma), possivelmente, seja integrante de uma facção criminosa e seja uma das pessoas a quem tenha sido conferido a incumbência de armazenar o arsenal apreendido”, diz o inquérito.
Durante a revista em um dos cômodos da casa de Djalma, foi localizado uma Pistola cal. 765 com várias munições, em outra parte da casa foram encontradas várias armas de fogo e munições, sendo um Fuzil modelo AR15 com várias munições do mesmo calibre, uma Submetralhadora Rugger Cal 9 mm com um carregador, uma espingarda de caça, e grande quantidade de munições de fuzil 762, entre outras.
Foram localizadas 341 munições, 29 de calibre 762, 99 de calibre 556, 84 de calibre 9mm, 37 de calibre 380, 33 de calibre 38, 30 de calibre .765 e 20 munições calibre 32 auto.
Todos os anos, no dia 31 de agosto, integrantes do PCC comemoram o aniversário de criação da facção criminosa e servidores da segurança pública divulgam um alerta nacional geral. Nesta quinta-feira não foi diferente e após “gritos de ordem”, agentes penitenciários do Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande já solicitaram reforço para o fechamento da cadeia, ou seja, o retorno dos presos do banho de sol, no fim da tarde.
Anúncio de mortes
No último dia 22, o PCC anunciou o planejamento de morte de um juiz federal, um procurador da República, um delegado federal e pelo menos quatro agentes penitenciários de Porto Velho (RO) até o dia 31 de agosto, data em que a facção criminosa faz aniversário de 24 anos.
A informação sobre a possibilidade de novos assassinatos consta em ofício assinado pelo diretor do presídio federal de Porto Velho, Cristiano Tavares Torquato, a cujo conteúdo o UOL teve acesso com exclusividade.
O documento foi encaminhado no último dia 17 de agosto ao superintendente regional da Polícia Federal de Rondônia, Araquém Alencar Tavares de Lima. A reportagem confirmou a veracidade do documento com três fontes do governo federal.
A facção criminosa já matou três agentes penitenciários federais, entre setembro de 2016 e maio deste ano, de acordo com investigações da PF (Polícia Federal). Para executar os atentados o PCC criou células de inteligência que, entre outras ações, monitoram a rotina dos agentes públicos escolhidos como alvos.