Agência Brasil/JB

As exportações brasileiras para Argentina registraram em outubro o primeiro crescimento desde 2013. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a média diária exportada (volume financeiro por dia útil) passou de US$ 50,8 milhões, em outubro do ano passado, para US$ 51,1 milhões no mesmo mês deste ano, um aumento de 0,7%. As vendas do Brasil para o vizinho estavam em queda por causa da crise naquele país.

De acordo com o diretor do Departamento de Estatística e Apoio à Exportação do ministério, Herlon Brandão, ainda é cedo para dizer que houve recuperação na relação comercial com a Argentina. Segundo ele, a retomada do crescimento nas vendas deveu-se principalmente ao setor automotivo, que apresentou bons resultados na balança.

De janeiro a outubro, a venda de automóveis de passageiros do Brasil para os demais países cresceu 8% em quantidade e 0,5% em valor. Para a Argentina, houve alta de 4% na quantidade e queda de 3,8% no valor. Para o México, que também foi destaque, as vendas aumentaram 73% em quantidade e de 56% no valor.

“A gente se deparou com essa informação [sobre crescimento nas vendas para a Argentina] hoje. O setor automotivo, que tem se beneficiado da valorização cambial, pode [também] ser indício de alguma recuperação [da Argentina]”, afirmou Brandão.

Conforme o diretor, a queda de 3,8% no valor exportado, enquanto a quantidade de automóveis vendidos aumentou, pode significar que a Argentina está adquirindo carros mais baratos. O quantitativo vendido para o país latino-americano passou de 207 mil unidades, de janeiro a outubro do ano passado, para 215 mil no mesmo período deste ano.

China

Outro destaque da balança comercial em outubro foi a China. A média diária exportada para o país asiático cresceu 31,9% em outubro deste ano ante o mesmo mês de 2014. Trata-se da segunda alta mensal consecutiva.

As vendas brasileiras para os chineses também apresentavam queda, influenciadas pela redução de preços das commodities (produtos básicos com cotação internacional) e desaceleração no crescimento do país. Com a estabilização dos preços dos produtos básicos negociados no mercado externo, a tendência é que esse fator já não impacte tanto a pauta de exportações para a China nos próximos meses.

“A China deve manter o crescimento ao longo dos próximos meses por conta do efeito preço. A pauta foi fortemente afetada por esse fator. Talvez a robustez do volume passe a contar nas exportações”, informou o diretor.

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