Belek - Turquia, 15/11/2015. Presidenta Dilma Rousseff durante declaração a imprensa após Cúpula do G20. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Redação

A presidenta Dilma Rousseff afirmou, nesta segunda-feira (16), que o terrorismo tem várias causas e que não há outra hipótese diante dele que não a de reprimi-lo. “É fundamental reprimir. Se você não reprimir, você deixa o terrorismo solto”, anotou a presidenta, durante entrevista coletiva na Turquia, onde ocorre a reunião do G20. Ela, contudo, ponderou: “Mas para eliminar o terrorismo, ter-se-á de fazer outro tipo de gestão. Um conjunto de ações.”

A presidenta disse que essa X cúpula do G20 ficou, sem dúvida, marcada pelos atos terroristas ocorridas na última sexta-feira (13), em Paris. Os atos levaram todos os países do G20 a se solidarizarem com o povo e o governo da França e a manifestar repúdio público contra o terrorismo.

Dilma contou que o grupo discutiu ainda sobre a diversidade de causas que motivam o terrorismo e que esses pontos foram colocados ao longo da cúpula, em vários pronunciamentos. “Ninguém acha que tem uma única causa, até porque se for levantado o componente da pobreza, tem pessoas de classe média que estão praticando o terrorismo”, lembrou.

Ela, porém, ressaltou ser impossível negar que, em alguns lugares do mundo, a pobreza facilita bastante o recrutamento de pessoas pelos movimentos terroristas. Dilma lembrou ainda que há questões relevantes ligadas também à forma pela qual se desenrolou a história daquelas regiões que são berço de alguns grupos terroristas.

A presidenta disse que o grupo fez questão de rechaçar, no entanto, a ligação entre terrorismo e questões étnicas ou a uma religião específica.

“Como se a religião é que motivasse o terrorismo. O que não é verdade. Ninguém pode taxar qualquer religião de, pelas suas características, ser patrocinadora de terrorismo. A não ser que a gente esqueça a história”.

Disse que todas as grandes religiões tiveram, em determinado momento, alguns de seus setores envolvidos em atitudes violentas.

“Além disso, é muito reconhecido o fato de que nos países onde houve destruição do Estado Nacional, na medida em que o poder e o Estado se dissolvem, a questão do terrorismo também ganhou maior espaço. Isso ocorreu com a Al Qaeda, ocorreu com o Isis, com a Al-Nuzra”, comentou.

Ela acrescentou que há vários estudos em andamento sobre o que leva a essa radicalização. (Com informações do Blog do Planalto)

Foto: Roberto Stuckert Filho/PR