Com agências/AN

SACOLEIROSPRUma tentativa de assalto a um ônibus com “sacoleiros” do interior paulista provocou um acidente em que até a manhã deste sábado chegava a 10 mortes e 20 feridos na BR 369, entre as cidades de Campo Mourão e Mamborê, no interior do Paraná. O ônibus com 31 passageiros bateu em eucaliptos à beira da rodovia, após ser atingido por tiros por volta de 2h20 deste sábado (9).

O número de mortes pode se elevar durante o dia devido ao estado grave das vítimas, confirme definição de socorristas que estiveram no local. De acordo com relatos de sobreviventes, um carro se aproximou da janela do motorista e os ocupantes dispararam vários tiros contra o veículo.

O ônibus havia deixado a cidade de Presidente Prudente, ponto inicial da viagem, por volta das 22h rumo ao Paraguai. Policiais do posto da Polícia Rodoviária Federal em Campo Mourão, no entanto, acreditam que o motorista, que morreu no acidente, tentou fugir dos ladrões em alta velocidade e acabou atravessando a pista.

Familiares de vítima, no entanto, criticam a “simplicidade” na interpretação dos policiais, pois nem precisaria o motorista ser atingido para perder o controle, apenas o susto com tiros em sua direção, iria assustar qualquer ser humano”. Já os policiais se baseiam na definição, violento impacto do ônibus contra as árvores e na informação inicial, ainda não confirmada pelo Instituto Médico Legal, de que não foram encontrados ferimentos à bala no corpo do motorista.

Segundo o passageiro Gilmar Polisel, da cidade de Birigui (SP), foram dados ao menos seis tiros contra o ônibus. “Após a colisão, os ladrões ainda desceram do veículo e se aproximaram do ônibus na tentativa de levar alguma coisa. Devem ter se assustado com a cena e fugiram na sequência”, disse ele, que teve ferimentos leves.

Outro passageiro, o comerciante Gilson de Souza Pinheiro, de Presidente Prudente (SP), disse que estava dormindo, quando ouviu os tiros e o ônibus “chacoalhou”, antes da colisão. O veículo transportava “sacoleiros” das regiões de Adamantina, Dracena, Araçatuba e Presidente Prudente que se dirigiam ao Paraguai para compras de produtos a serem revendidos.

Com placas de Dracena, na região da Alta Paulista, o ônibus pertence a uma pessoa física e está registrado como parte de uma frota de uma empresa de São Paulo, não divulgada pela PRF. Nas laterais, o veículo está identificado como sendo da Manobra Turismo. Apesar de estar registrado na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o veículo não tinha autorização para realizar a viagem até Foz do Iguaçu.