Nicodemos Alencar

Policiais militares e bombeiros de Mato Grosso do Sul iniciaram terça-feira (24) uma paralisação temporária, denominada de “Dia de Alerta”. A operação padrão das duas categorias foi programada para durar 12 horas, tendo como principal reivindicação o reajuste salarial. O Governo do Estado apresentou uma proposta de pagamento de um abono no valor de R$ 200, a exemplo da negociação com outras categorias, mas ela foi recusada pelas entidades.

Centenas de policiais militares e bombeiros, empunhando faixas e cartazes, se concentrarão às 8 horas da manhã de ontem na praça Ary Coelho. Durante a manifestação, no centro de Campo Grande e às 16 horas foi realizado um ato público no mesmo local, com o objetivo de alertar e a população e sensibilizar as autoridades.

A paralisação dos policiais foi decidida em uma reunião que ocorreu na manhã de segunda-feira (23) e que contou com a participação de entidades que representam os praças, os sargentos e subtenentes e os oficiais das duas corporações. Os policiais militares também protestam contra as condições de trabalho, como falta de materiais de escritório e higiene, coletes balísticos vencidos e viaturas sem a manutenção adequada.

Durante as 12 horas de paralisação, os policiais militares e bombeiros mantiveram somente os serviços essenciais como guarda externa dos presídios, escoltas e atendimento aos crimes mais graves como sequestros e homicídios. O número de viaturas nas ruas será reduzido a uma por quartel, o que compromete a segurança da população.

Em nota, a secretaria estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informa que a decisão de paralisação é de associações de classe e que não tem qualquer consentimento neste ato. Conforme a secretaria, a questão salarial e funcional de cabos e soldados, que representam a maioria do efetivo da Polícia Militar já foi negociada pelo governo do estado com a Associação de Cabos e Soldados da PM, em uma assembleia geral e legítima.

Com relação a melhores condições de trabalho, a Sejusp ressalta ainda que o governo do Estado está trabalhando para reestruturar a PM e melhorar as condições de trabalho com a compra de novos coletes balísticos, armas e viaturas.

Confira a íntegra da nota da Sejusp sobre a paralisação:

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informa que a decisão de paralisação ou de operações padrão, é de associações de classe e que não tem qualquer aval neste sentido.

As questões salarial e funcional dos cabos e soldados, que representam a maioria do efetivo da Polícia Militar, já foram negociadas entre o Governo do Estado e a Associação de Cabos e Soldados da PM, em assembleia geral e legítima.

Da mesma forma, o Governo do Estado está trabalhando para reestruturar a Polícia Militar, melhorar as condições de trabalho e valorizar os policiais. E, nos próximos dias entrega para a instituição 866 novos coletes balísticos, 230 armas, entre fuzis, metralhadoras e espingardas de grosso calibre, e mais 60 viaturas, entre motos, caminhões guinchos e vans.

Além disso, estão em andamento processos licitatórios para a aquisição de mais 76 viaturas e atas de registros de preços, em fase de homologação, para a aquisição de mais de 5 mil coletes balísticos para a PM e a Polícia Civil.