Avelino Neto
A denúncia do advogado Ruvonei Otero, segundo a qual teria sido violentamente agredido pelo delegado Messias Pires, titular da 1ª Delegacia de Polícia Civil de Três Lagoas poderá gerar complicações ao advogado, entre as quais falsa denúncia de crime, entre outras. Pelo menos é o que demonstra o registro policial do caso envolvendo o policial e o advogado no prédio do Detran e boletins de ocorrência registrados anteriormente pela diretora do órgão na cidade.
Conforme o registro do caso que resultou na prisão em flagrante do advogado, Messias Pires se dirigiu ao Detran (Departamento de Trânsito) de Três Lagoas para tratar de assuntos relacionados a documentação de seu veículo, pois assim que pegasse os documentos viajaria com a família para o Estado de São Paulo. O advogado Ruvonei por sua vez, já estava no prédio.
Ruvonei tratava de problema sobre documentação de um veículo apreendido e, logo quando entrou, o delegado ouviu o advogado gritar com uma funcionária do Detran, de que não precisava chamar “delegado nenhum pra ele, pois não tinha medo de nada”. Não satisfeito, conta na ocorrência, Ruvonei começou a desacatar o delegado com desafios e palavrões. Ainda conforme o registro, Ruvonei Otero começou a gravar a discussão com um celular, sem interromper o desacato. Quando se levantou indo em direção a Messias, este disse mandou que o advogado parasse, pois não estava ali a chamado de ninguém muito menos tratando de alguma coisa referente ao assunto que ele, o advogado tratava.
Como Ruvonei insistia em ofender o delegado e funcionários do Detran, o delegado lhe deu voz de prisão. Por conta disso o advogado, conforme o registro, se rebelou mais ainda precisando ser contido por dois seguranças do Detran e um escrivão de polícia que também estava no Detran tratando de assunto particular. Ainda conforme o documento policial, como estava enfurecido e resistia a abordagem e prisão, o advogado precisou ser algemado, quando então se atirou contra uma parede se auto lesionando e com sangramento aparentemente pelo nariz, passou a acusar o delegado de agressão.
O descontrole do advogado foi presenciado por várias pessoas, conforme o delegado Messias. Ruvonei foi levado preso ao 1º DP e o caso registrado pelo delegado Rodrigo Speracin como resistência à prisão, desacato e desobediência. Não foi arbitrada fiança e o advogado permaneceu preso em uma das celas da Depac (Delegacia de Atendimento Comunitário).
OAB
O presidente da OAB em Três Lagoas, Antônio Corcioli, disse esta manhã que a Ordem dos Advogados do Brasil vai acompanhar o caso e que esperava ser arbitrado o pagamento de fiança. Não descartou entrar com pedido de habeas corpus para pedir à Justiça a libertação de Ruvonei.