Avelino Neto

matadormulherJá com antecedente de violência doméstica, inclusive tentativa de homicídio contra a mesma vítima, porém em liberdade, Agenor Magalhães de Oliveira (53), consumou o que havia tentado em julho passado, matou não só a companheira Maria das Dores da Silva (50), e a filha Dayane July da Silva de 29 anos. O crime revoltou moradores na região onde aconteceu, a Rua Palami, região do Bairro Moreninha II.

Para a própria polícia que investiga o caso, o crime acaba se tornando ainda maior quando se avalia ser uma criança de cinco anos, a peça chave para no esclarecimento do duplo assassinato definido como duplo feminicídio. Conforme a delegada da Delegacia Especializada no Atendimento a Mulher – Deam, na casa da Mulher Brasileira, Elaine Cristina Ishiki lasix, apesar da pouca idade, a criança foi capaz de definir como o crime ocorreu.

A criança viu a avó, Maria das Dores e a mãe, Dayane serem assassinadas à facadas pelo companheiro da avó, Agenor. Apontado por moradores da região como violento, o homem havia sido indiciado em julho por tentativa de homicídio  contra Maria das Dores que, após ficar internada em estado grave com um corte no pescoço provocado pelo companheiro e ter medida protetiva contra ele, deixou o hospital, mas retomou o relacionamento.

Duplo feminicídio

Conforme o apurado pela polícia, a família bebia em uma conveniência onde ocorreu uma discussão entre Maria das Dores e Agenor, situação causada por ciúme, pois Agenor incomodava-se com o celular da companheira. A delegada apurou que Maria das Dores era vítima de violência doméstica há anos, com histórico de boletins de ocorrência, tentativa de feminicídio e medida protetiva.

As seguidas brigas, conforme a delegada, teriam sempre motivos fúteis ou banais e eram intensificadas pelo uso de bebidas alcoólicas. A criança relatou que voltaram para a casa, e a criança foi ao banheiro. A briga continuou e ao sair do banheiro, encontrou a avó esfaqueada, já morta na  garagem e a mãe, também assassinada à facadas, caída meio da rua. Pela narrativa, a investigação acredita que Dayane tentou defender a mãe, indo atrás do agressor, motivo pelo qual foi morta na rua.

Os três moravam no mesmo terreno onde o crime aconteceu. Dayane com dois filhos na casa da frente e Maria das Dores morava com Agenor em uma edícula, no fundo do terreno. Em julho quando Maria das Graças foi esfaqueada por Agenor, a delegada Elaine foi quem cuidou do caso, requereu a prisão preventiva do criminoso, pedido acatado pela Justiça e Agenor preso além de decretada medida protetiva para a mulher. Em setembro, quando Agenor deixou a prisão, o casal reatou o relacionamento e ela voltou a morar com ele, sendo que estavam juntos há cerca de 15 anos.