Com remédios vencidos, animais mortos mantidos em locais impróprios e indícios de procedimentos cirúrgicos realizados de forma clandestina, uma clínica veterinária irregular foi interditada, na tarde desta quarta-feira (11), na Avenida Brilhante, região da Vila Bandeirantes, sul de Campo Grande.

Conforme apurado pela reportagem do site de notícias Campo Grande News, equipes de fiscalização chegaram até o estabelecimento, Medlink Pets, após denúncia anonima feita ao CRMV (Conselho Regional de Medicina Veterinária de Mato Grosso do Sul). Segundo a instituição, o estabelecimento não possuía documentação legal, nem mesmo médicos veterinários no momento da chegada das equipes.

Também participaram da ação fiscais do Procon-MS, da Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista), PMA (Polícia Militar Ambiental) e OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

No local, foram encontrados frascos de remédios e vacinas fora do prazo de validade, alguns vencidos há seis anos, desde 2014. Também foram encontrados três animais, sendo que dois deles estavam mortos e um agonizando. Este último, estava em uma área cimentada, nos fundos da clínica. Abaixo do peso, ele não resistiu e também morreu enquanto a fiscalização acontecia.

“Ela [a clínica] estava totalmente irregular. Encontramos indícios de maus-tratos animais, medicamentos vencidos, má prestação de serviço, entre outras coisas”, explicou o presidente do Procon Estadual, Marcelo Salomão, que também afirmou que o estabelecimento será autuado e interditado.

A clínica ainda anunciava castração, cirurgias, exames e internação. Porém, segundo o CRMV, os procedimentos eram realizados de forma irregular. “A partir do momento que você anuncia internação, você tem que ter médicos veterinários 24 horas por dia”, explica Carla Guedes, fiscal do Conselho.

O proprietário da clínica, que conversou com o Campo Grande News, mas não quis se identificar, alegou que o estabelecimento funcionava por meio de uma sociedade, confirmou não ser médico veterinário, mas afirmou que seu antigo sócio era. Ele afirmou ainda ter dado entrada na nova documentação do local e que aguardava autorização. O responsável também disse que o veterinário previsto para estar no local precisou sair durante o expediente, além de ter dito desconhecer qualquer procedimento cirúrgico que tenha sido realizado na clínica.

Ainda segundo o CRMV, novas investigações serão realizadas por meio do material coletado durante a fiscalização. “Encontramos documentos em nome de três veterinários e todos eles serão investigados com base base no código de ética veterinária”, garantiu o presidente do Conselho, Rodrigo Piva.

Fonte: Campo Grande News