Nada na quarta parte de “La casa de papel” é exatamente novo. O assalto já foi explicado na terceira temporada e a maneira de conduzi-lo é a mesma já vista na série inteira.

Mas o truque do roteiro para tornar o desfecho interessante é brincar com tempo e espaço e desconstruir certezas a cada par de episódios. A última temporada da série espanhola chega à Netflix nesta sexta-feira (3).

O plano de assalto, tão bem desenvolvido na Casa da Moeda, onde se passaram as duas primeiras temporadas, tem menos destaque no Banco da Espanha, onde a turma de assaltantes tenta roubar as reservas nacionais de ouro.

Na terceira temporada, que conta a primeira parte desta história, o bando está milionário e vivendo em pequenos paraísos, mas volta a se juntar para resgatar Rio, capturado após um deslize.

A prisão e a tortura de Rio são transformadas pelos personagens em uma afronta aos direitos humanos. Para negociar com o estado, eles invadem o Banco da Espanha, onde está guardado o ouro do país.

Nesta última, todo mundo está perdido, um membro do grupo está entre a vida e a morte, uma peça importante do bando de assaltantes se rebela e o professor já não tem controle sobre a situação.

Além de conduzirem um assalto com reféns na principal instituição financeira espanhola, eles ainda lidam com muita pressão pessoal e emocional.

Quem acompanha a série desde o início pode chegar à temporada final achando que já conhece tudo sobre os personagens e o mecanismo de suas ações. E é aí que a equipe quer fisgar o espectador.

As sequências de ação e violência ainda existem, mas demoram a chegar. Primeiro, há muitas doses de um terror psicológico que traz profundidade aos personagens e sentido às ações.

Há também trocas de casais e criação de novos laços entre os personagens. São nessas pequenas pausas humanas que a série cresce.

(G1)