"Tapa na cara da sociedade", diz líder dos enfermeiros sobre aumento de salário da prefeita - Gerson Oliveira/Correio do Estado

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Públicos em Enfermagem de Campo Grande, Ângelo Macedo, afirmou que a aprovação do aumento de salário da prefeita no momento em que os enfermeiros reivindicam melhores condições trabalhistas “é um tapa da cara da sociedade”.

Em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (28), Ângelo disse ao Correio do Estado que recebeu a notícia com tristeza e com indignação, já que o aumento que eleva o salário da prefeita Adriane Lopes (Patriota) para R$ 35,4 mil neste mês.

“Eu vejo isso e fico indignado, é um tapa da cara da sociedade. Basta andar na nossa cidade, usar o serviço de saúde público ou ver a necessidade de algum serviço gerido pelo Executivo, é sempre um descaso’, afirmou.

O projeto foi aprovado hoje, na Câmara dos Vereadores, e concede aumento escalonado tanto para a prefeita quanto para o cargo de vice, que está vacante, e dos secretários do primeiro e segundo escalão da administração municipal.

A aprovação do aumento, por consequência, também promove a elevação dos rendimentos dos procuradores e auditores fiscais da Prefeitura. Dos dois projetos aprovados hoje, um aumenta o salário de Adriane de R$ 21.263,62 para R$ 35.462,22.

Ainda neste projeto, o salário do vice-prefeito dobra, saindo de R$ 15.947,03 para R$ 31.915,80. Já a remuneração dos secretários do primeiro escalão passa de R$ 11.619,70 para R$ 30.142,70.

Por outro lado, uma das justificativas para não honrar o acordo com o sindicato dos enfermeiros, e pagar o adicional de insalubridade pedido é o limite prudencial, já que o Executivo estaria no limite do teto de gastos e, caso seja ultrapassado, a prefeita pode responder por improbidade administrativa.

No ano passado, os professores também organizaram um movimento grevista para pedir que a prefeita pagasse o piso nacional e o reajuste escalonado acordado entre a categoria e o então prefeito Marquinhos Trad.

Nesta época, a justificativa foi a mesma: Adriane afirmou que o Executivo estava sem recursos para honrar o compromisso de pagar aumento de 10% no salário de novembro de 2022.

Já para a justificativa de aumento do salário da prefeitura e alto escalão, o vereador Carlos Augusto Borges (PSD), que votou a favor da aprovação do projeto, apontou que o último reajuste do salário de prefeito foi em 2012, na administração de Nelsinho Trad (PSD).

“Algumas categorias dos servidores municipais têm amargado em seus vencimentos os efeitos perversos da inflação, que corroeu seu poder aquisitivo nos últimos 8  anos sem o aumento do subsídio do prefeito”, diz o texto.

Além das reivindicações por adicional de insalubridade, a enfermagem de Campo Grande não teve reajuste salarial.

Fonte: Correio do Estado