Rio ultrapassa os sete metros e expulsa famílias na cidade de Miranda - Divulgação/Defesa Civil de Miranda

O nível do Rio Miranda chegou a 7,14 metros na manhã deste sábado na área urbana da Miranda e expulsou pelo menos cinco famílias durante a madrugada. Outras sete estavam ilhadas, mas permaneciam dentro de casa, conforme o chefe da Defesa Civil do Município, Amarildo Arguelho.

E a tendência é de que continue subindo pelas próximas horas, já que na madrugada de ontem foram registrados mais 35 milímetros de chuva na região. De acordo com Amarildo, “se não passar dos 7,40 metros estamos no lucro”, já que até esta altura a maioria das famílias que moram em regiões baixas ficam ilhadas, mas não precisam abandonar os imóveis, já que são construídos sobre palafitas ou aterros.

Embora a Defesa Civil do Governo do Estado considere como emergência quando o nível chega aos 7 metros, a situação fica crítica mesmo quando o rio chega aos 7,7 metros, destaca o chefe local da Defesa Civil. Ele não descarta que isso aconteça, mas garante que a prefeitura está monitorando a situação para socorrer as famílias.

Nas últimas 24 horas o nível subiu em torno de 20 centímetros em Miranda, o que é resultado das fortes chuvas, de até 180 milímetros, que caíram na região de Jardim e Bonito no dia 24 de fevereiro e nos dias seguintes. Por causa deste mesmo temporal, o rio já havia invadido dezenas de casas no Distrito de Águas do Miranda, o chamado Pesqueiro do KM 21. Lá, o nível já baixou e as famílias voltaram para dentro de casa.

Em Miranda, até o começo da manhã, quatro famílias deixaram suas casas e se abrigaram com parentes e uma quinta teve de ser abriga num local público disponibilizado pela prefeitura. Além disso, a Defesa Civil também já entregou cestas básicas para as sete famílias que estão ilhadas e só conseguem sair de casa utilizando barco.

Fazia pelo menos quatro anos que o nível não chegava a este ponto na cidade, segundo Amarildo. Para ele, porém, este “transtorninho” passageiro é insignificante se comparado com os benefícios que a cheia traz para o município de Miranda e toda a região. “Nossa economia depende muito do turismo e por aqui, cheia é sinônimo de ano bom para o turismo”.

Bahias e corichos que há anos não viam água estão enchendo novamente. Ponto de parada para dezenas de motoristas que querem visualizar e fotografar jacarés, a chamada “Maria do Jacaré”, nas margens da BR-262, alguns quilômetros depois de Miranda, está tomado pela água após muitos anos, comemora Amarildo Arguelho.

Fonte: Correio do Estado