Família vive em situação precária em barraco de lona (Foto: Marcos Morandi, Midiamax)

Após a denúncia da morte de um bebê indígena de pouco mais de 1 ano por suposta desnutrição, no Assentamento Santa Felicidade, em Dourados uma força-tarefa esteve no local no último sábado (6) para um mapeamento da situação. Apesar da extrema pobreza constatada na casa onde a criança morava, tudo indica tratar-se de um caso isolado.

O grupo composto pelo MPF (Ministério Público Federal), Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul e Secretaria Estadual de Assistência Social e Diretos Humanos conversou com a mãe da vítima e também com vizinhos. A visita foi acompanhada com exclusividade pela reportagem do Jornal Midiamax.

Duas panelas abertas sobre a mesa, com restos de bobó de galinha, arroz e alguns pedaços de carne, espalhadas entre um litro de leite longa vida, uma lata de suplemento vitamínico e um pacote de biscoitos. A cena, apesar de estarrecedora, diante do aspecto de insalubridade, mostra que a família tinha alimentos, pelo menos para o sábado (6).

Encravado quase no final de uma das ruas estreitas de terra, está o barraco onde morava a criança de pouco mais de um ano. O lugar de chão batido coberto por lonas, já em deterioração e paredes de papelão e cobertores, tem apenas dois cômodos.

Um deles é usado como quarto pela mãe e também pelas três meninas e outro funciona como sala e cozinha, onde também fica um sofá encardido e uma cama usada pelo menino mais velho, de 7 anos. Sem água encanada, nem energia elétrica e com sujeira para todos os lados, está bem distante de ser chamado de casa.

Com o apoio de duas viaturas da Polícia Militar, os representantes dos três órgãos, em uma espécie força-tarefa, ouviram os relatos da mãe e também de duas irmãs que moram ao lado. Durante a visita que durou mais de duas horas, eles também conversaram com vizinhos.

“Nossa preocupação principal desde o início foi verificar se era uma situação generalizada, ou seja, se a fome tinha atingido outras crianças da família e a gente verificou que não. Há indícios de que ela tinha uma doença e isso obviamente vai ter que ser apurado”, explicou o procurador do MPF, Marco Antônio Delfino.

Conforme o procurador, ainda que morem em uma situação de vulnerabilidade, “as crianças estão bem cuidadas, dentro de uma situação compatível com o espaço”, explica o procurador do MPF, Marco Antônio Delfino, ressaltando que o local tem acesso precário a água e energia e outros serviços.

Fonte: Midiamax