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Qualificar mulheres que estão em situação de prisão para poderem atuar profissionalmente como recepcionistas em diferentes ramos empresariais quando conquistarem a liberdade. Com essa proposta, está sendo realizado um curso a internas que cumprem pena no Estabelecimento Penal Feminino de Ponta Porã.

A qualificação integra o cronograma do Pronatec Prisional e é desenvolvido pela Agepen (Agência Estadual de Administração do sistema Penitenciário) em parceria SED (Secretaria Estadual de Educação), por meio do Centro Estadual de Educação Profissional “Profª Evanilde Costa”. Os cursos são financiados com recursos do Ministério da Educação e Cultura.

Com carga horaria 160 horas, divididas em dois módulos, o curso de Recepcionista busca promover às alunas conhecimento sólido na área, de forma a atuar nas diversas atividades e setores, sendo capazes de enfrentar, com competência, os grandes desafios das organizações, tendo o foco na excelência no atendimento como um diferencial de sucesso. “O curso ofertado é uma ferramenta de suma importância na ressocialização, e com a capacitação abrirá portas de emprego”, ressalta a chefe do Setor de Trabalho, policial penal Rosemery Escobar.

“Serão profissionais preparados para identificar novas situações, auto organizar-se, tomar decisões, trabalhar em equipe multiprofissional, de forma ética, utilizando-se de conhecimentos e habilidades de forma interdisciplinar, aplicando-os para o alcance da qualidade do trabalho desenvolvido”, ressalta o instrutor Diego Izidro de Sousa Gomes.

Segundo o instrutor, ao concluir o curso, as estudantes terão o domínio de competências como: recepcionar e atender diferentes públicos, por meio de diversos canais de comunicação (telefone, virtual e presencial); prestar informações e estabelecer fluxos de atendimento, com base nos processos, produtos e serviços da organização, de modo a atender com rapidez e eficiência às necessidades do cliente.

Às reeducandas que concluírem a capacitação com aproveitamento, será conferida também o título Recepcionista que consta da CBO (Classificação Brasileira de Ocupações).

Maria Hemerlinda Carvalho é uma das 10 internas que participam da capacitação no presídio de Ponta Porã e comemora a oportunidade, que será um diferencial quando terminar de cumprir a pena. “Com esse curso, minha perspectiva é ter um trabalho quando sair daqui”, afirma, agradecendo também o empenho da equipe de servidores da unidade em oportunizar constantes qualificações e ocupações laborais.

A demanda no mercado de trabalho para recepcionistas pode variar dependendo da região e setor específico. No Brasil, a função de é comumente encontrada em diversos setores, como hotéis, clínicas médicas, escritórios, empresas, instituições educacionais e outros estabelecimentos que necessitam de atendimento ao público.

A profissional no cargo de Recepcionista Telefonista ganha entre R$ 1.485,00 a R$ 2.455,00 para uma jornada de trabalho média de 42h semanais de acordo com dados salariais de 584.840 colaboradores registrados em regime CLT.

Capacitação que transforma

Considerada um dos pilares no processo de ressocialização de detentos, a capacitação profissional, assim como no caso das detentas de Ponta Porã, tem ajudado a levar novas perspectivas de vida aos custodiados Agepen, por meio de cursos promovidos em parcerias e ações governamentais em unidades prisionais de Mato Grosso do Sul.

“Buscamos oferecer qualificação conforme demanda local de mão de obra, considerando que a dificuldade de ingresso no mercado de trabalho já é difícil e aumenta, consideravelmente, quando é de conhecimento, que o candidato ao emprego é um ex-detento, mesmo que não deva mais nada à Justiça. Ter uma profissionalização, com certeza, é um diferencial importante, seja para a contratação ou de renda autônoma”, destaca o diretor-presidente da Agepen, Rodrigo Rossi Maiorchini.

Todos os cursos ofertados possuem certificado de conclusão e de formação profissional. Além disso, há a possibilidade de redução de pena em um dia a cada 12 horas de estudos.

Cursos profissionalizantes em unidades prisionais do estado são coordenados pela Diretoria de Assistência Penitenciária da Agepen, por meio da Divisão de Assistência Educacional.

Fonte: Agência de Notícias