Imagem ilustrativa. (Foto: Reprodução)

O Ibovespa iniciou julho com o pé direito, retomando a linha de 119 mil pontos, em alta superior a 1%, apesar da cautela externa, com leves ganhos em Nova York na véspera do feriado de 4 de julho e desempenho negativo tanto para os preços do minério de ferro como do petróleo, em linha com dados mais fracos sobre a atividade industrial na China. Ainda assim, as ações de commodities (Vale ON +3,13%; Petrobras ON +1,72% e PN +1,86%) avançaram nesta segunda-feira, bem como as de outros carros-chefes da B3, como os bancos (destaque para Santander Unit +2,55%).

No fechamento, o Ibovespa mostrava alta de 1,34%, aos 119.672,78 pontos, entre mínima de 118.092,02, da abertura, e máxima de 119 877,04, com giro financeiro a R$ 21,4 bilhões. O sinal positivo que prevaleceu ao longo de toda a sessão foi atribuído à expectativa pela votação da reforma tributária na Câmara esta semana e ao boletim Focus, divulgado pela manhã, com manutenção da tendência de melhora das expectativas de mercado para variáveis como a inflação – e com os agentes passando a projetar queda de meio ponto porcentual para a Selic ainda em agosto.

Na ponta do índice da B3, destaque nesta primeira sessão da semana para Locaweb (+3,96%), Gerdau Metalúrgica (+3,72%), Gerdau (PN +3,59%) e Arezzo (+3,30%). No lado oposto, MRV (-3,11%), Raia Drogasil (-2,80%) e Azul (-2,33%)

“Lá fora, os mercados operaram hoje entre o neutro e o positivo, sem muito fôlego, com expectativa forte para a agenda da semana, que traz na quarta-feira a ata da mais recente reunião de política monetária do Fed quando se fez uma pausa na elevação dos juros de referência nos Estados Unidos e para o relatório oficial sobre o mercado de trabalho americano em junho, na sexta-feira”, diz Dennis Esteves, especialista e sócio da Blue3 Investimentos.

Em sessão mais curta para os ativos americanos nesta véspera de 4 de julho – e com retomada dos negócios apenas na quarta-feira – , os índices de Nova York fecharam o dia com ganhos entre 0,03% (Dow Jones) e 0,21% (Nasdaq). Na China, a leitura final sobre o PMI da Caixin, embora um pouco acima do limiar de 50 em junho, mostrou desaceleração ante maio, aponta Esteves, em momento no qual os investidores seguem monitorando de perto os índices de atividade industrial na segunda maior economia do mundo, ainda sem sinais de estímulos do governo no curto prazo.

“Na zona do euro, o mesmo dado de PMI também mostrou fraqueza, com o índice recuando de 44,8 pontos para 43,4, em desaceleração disseminada entre as principais economias: o PMI da Alemanha caiu para 40,6 pontos, o da Espanha foi a 48, e o da Itália a 43,8”, observa em nota a Guide Investimentos. Leituras abaixo de 50 indicam desaceleração do ritmo de atividade, na margem.

Na B3, o desempenho positivo do mercado foi puxado, basicamente, pelas empresas de commodities, apesar do PMI da China, e pelas varejistas do setor de consumo, com a perspectiva para o início do ciclo de redução de juros, que resulta em fechamento da curva dos DIs futuros ante a expectativa de atuação do BC sobre a Selic, aponta Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos. “O dia foi um pouco mais fraco em termos de volume, com o feriado de amanhã nos Estados Unidos, e meia sessão – horário mais curto de funcionamento – hoje por lá.”

Aqui, pela manhã, o boletim Focus trouxe nova queda nas projeções de inflação, enquanto a estimativa de crescimento do PIB subiu para 2,19%, observa Thiago Godoy, da Rico Investimentos. E o bom humor foi reforçado à tarde pela forte leitura sobre a balança comercial no primeiro semestre, com saldo no maior nível histórico para o mês de junho, a US$ 10,592 bilhões, assim como o acumulado nos seis meses iniciais do ano, a US$ 45,5 bilhões, em alta de 33% frente ao mesmo período de 2022.

“A expectativa para a Bolsa, para o mês e o ano, é a mesma: ainda está descontada, sem pares à altura entre os emergentes – não tem quem esteja tão barato quanto a B3. Bolsa deve chegar a 120 mil ou 125 mil pontos até o final do ano. Para julho, não dá para cravar, mas deve ser favorecida por ingresso de capital estrangeiro. O fluxo para Bolsa ainda não veio com força total”, diz Gabriel Meira, especialista e sócio da Valor Investimentos.

Fonte: Midiamax