Um dos suspeitos de matar Hugo Vinícius Skulny, de 19 anos, teve o mandado de prisão expedido em seu nome na noite desta quarta-feira (5), em Sete Quedas. O jovem não foi encontrado pela polícia e passa a ser considerado foragido.

De acordo com a Polícia Civil, foi disponibilizado o número (67) 3479-1480 para que a população possa fazer denúncias anônimas que levem ao paradeiro do autor.

O mandado ocorreu logo após perícia realizada no sítio do autor e também na residência da ex-namorada da vítima. Segundo a Delegacia de Sete Quedas, foi visualizada uma grande quantidade de sangue.

Hugo foi morto com três tiros, sendo dois na testa. Depois, foi esquartejado e teve partes do corpo despejados no Rio Iguatemi. O atirador segue foragido.

Polícia realiza reconstituição do crime

A Polícia Civil realizou nesta quarta a reconstituição do assassinato e esquartejamento do jogador de futebol Hugo Vinícius Skulny, de 19 anos. Considerada peça-chave na investigação, a ex-namorada do rapaz não participou da simulação.

A reconstituição do crime é a simulação do que ocorreu no dia em que Hugo Vinícius foi assassinado e é fundamental para tirar conclusões e apurar como se deram os fatos.

Porém, somente o rapaz, amigo da ex de Hugo, participou. Ele teria ajudado a despejar partes do corpo da vítima no rio.

Duas pessoas estão presas, uma delas, a ex-namorada o jogador, uma jovem de 21 anos. Segundo o advogado dela, Felipe Cazuo, a jovem está presa em Iguatemi e não participou da reconstituição por medo de voltar à cidade.

“Ela já prestou o depoimento dela e mesmo assim ficou presa, então optamos por não participar”, informou.

Hugo foi assassinado e esquartejado

Hugo Vinícius Skulny foi morto e esquartejado pela ex-namorada, com ajuda de um jovem, em Sete Quedas. O ex atleta do SEDUC estava desaparecido desde o último dia 25 de junho.

Em depoimento, a ex-namorada disse que, na manhã do crime, ela e o autor voltaram para a sua residência, na companhia de um amigo.

O amigo foi para um dos quartos enquanto ela e o autor foram para outro quarto, onde mantiveram relações sexuais.

Ela contou que momentos depois Hugo invadiu a sua casa e entrou repentinamente em seu quarto a chamando de ‘vagabunda’, nisto o autor se levantou.

Os dois foram até a frente da residência e a ex-namorada estava junto quando o autor fez o disparo contra Hugo, que caiu na calçada.

O amigo que estava na casa se levantou e assustado teria questionado o que havia ocorrido. Em seguida, o autor mandou que o rapaz o ajudasse a colocar Hugo na carroceria do carro da jovem.

Ele ainda teria mandado que todos ficassem calados e não contassem nada a ninguém. Hugo ainda respirava quando foi colocado no carro. A frente da calçada foi lavada pela jovem.

O amigo que estava na casa no momento do assassinato disse que, após o crime, a ex-namorada de Hugo ficava mandando mensagens para ele e apagando em seguida, afirmando que era para ficar quieto. O padrasto e mãe da jovem também mandaram que ele não contasse nada a ninguém.

Corpo jogado no rio

Após colocarem o corpo de Hugo na carroceria, a dupla passou na frente da sede da Polícia Civil indo em direção ao rio da cidade. Foram abertas duas porteiras e, na beirada do rio, o autor colocou o carro de forma para poderem retirar a vítima do veículo.

O autor antes de jogar o corpo no rio fez mais dois disparos na testa de Hugo. O rapaz que ajudou a desovar o corpo relatou que não viu o corpo sendo esquartejado, que apenas foi lançado ao rio.

Após o assassinato, Hugo foi esquartejado para impedir que o corpo fosse encontrado. O instrumento usado teria sido uma serra elétrica, mas ainda não foi confirmado. As partes foram jogadas no Rio Iguatemi. Hugo estava desaparecido desde o dia 25 de junho, após ter ido a uma festa.

Almoço em chácara e passeio no parque

Após o crime, a ex-namorada do jogador ligou para a mãe dizendo que Hugo havia sido ferido com um tiro pelo autor, não dando mais detalhes. A mulher, então, avisou o marido que foi até Sete Quedas para ver o que havia ocorrido.

Chegando na casa da enteada, encontrou o amigo dela que disse que a jovem havia saído para levar o rapaz até a sua casa, mas já voltaria. O amigo estava em estado de choque e com as roupas urinadas. O padrasto da jovem, então, saiu para ir até a sua casa e acabou encontrando ela na rua.

Ele, então, percebeu que ela estava nervosa e resolveram levar o carro para a sua casa e depois partiram no veículo do padrasto para a chácara de sua mãe do lado paraguaio. No local, ela almoçou e no fim da tarde todos foram para um passeio no parque.

Segundo consta no depoimento, a jovem só contou para mãe o que havia ocorrido depois dizendo que estava com medo das ameaças do autor que teria dito que mataria, caso alguém soubesse de alguma coisa. Ela e o autor já teriam se relacionado anteriormente e se encontravam esporadicamente, quando ele brigava com a namorada atual.

As roupas sujas de sangue foram lavadas na chácara, assim como o carro da jovem que foi lavado para tirar os vestígios de sangue.

Ciúmes e perseguição x família problemática

Uma tia de Hugo em depoimento contou que a jovem não aceitava o fim do relacionamento com seu sobrinho e que vivia mandando mensagens para o jogador que bloqueava a ex-namorada, mas ela sempre aparecia atrás de Hugo tentando reatar o relacionamento.

Segundo a tia, no dia 24 pela manhã o sobrinho mostrou as várias mensagens que a ex-namorada estava mandando para que os dois se encontrassem e Hugo teria dito à tia que não queria mais.

Ainda segundo a tia do jogador, a mãe da jovem já teria tentado matar o próprio pai envenenado e contratado um pistoleiro para matar o ex-marido.