Técnicos do Ibama e do Dnit percorreram a rodovia na semana passada e definiram novas medidas para reduzir atropelamentos - divulgação Ibama

Para tentar reduzir o número de atropelamentos ao longo da BR-262 na região do Pantanal de Mato Grosso do Sul, o Ibama está exigindo que o Dnit conclua a instalação de 140 quilômetros de telas nos pontos críticos em um trecho de quase 300 quilômetros, entre Anastácio e Corumbá.

Dados do Ibama mostram que disparou a quantidade de animais mortos por atropelamentos nos últimos anos. Em 2011, a média era de 1,67 atropelamento por dia. Dez anos depois, em 2021, esta média saltou para 10,5 mortes diárias.

A explicação, segundo o Ibama, é o aumento do tráfego de veículos na rodovia e o afugentamento dos animais em direção às rodovias causado pelas queimadas que atingiram o Pantanal em 2020 e no ano seguinte.

Técnicos do Ibama e do Departamento Nacional de Infraestrutura (DNIT) percorreram o trecho de 284 quilômetros na semana passada e, além da instalação de novas telas, definiram outras medidas que devem ser adotadas para tentar reduzir os atropelamentos.

Uma delas é a finalização da construção de quatro novas passagens subterrâneas, que se somarão às 15 já existentes nos rios ou vazantes de água. Outra medida é a instalação de sete passagens superiores na região de Morraria, em Corumbá, para passagem de macacos e outros mamíferos, como quatis..

A previsão é de que os 140 quilômetros de telas sejam instalados ao longo de 18 trechos diferentes, todos em áreas de córregos, vazantes e ricas em biodiversidade, locais onde existe a maior incidência de atropelamentos atualmente.

Outra exigência que o Ibama está fazendo ao Dnit é a limpeza e a remoção da vegetação das margens da rodovia, o que será fundamental para que os motoristas consigam visualizar os animais antes de eles entrarem na pista e assim reduzirem a velocidade.

A exigência é que seja retirada a vegetação de uma faixa mínima de sete metros a partir do acostamento de cada lado da rodovia. Hoje a vegetação invade até mesmo o acostamento.

Os técnicos do Ibama também exigem que o Dnit retire parte da vegetação das passagens subterrâneas, o que facilitaria o uso delas pelos animais silvestres que cruzam de um lado para outro da rodovia.

Outra exigência é a reativação dos radares e instalação de novos equipamentos em trechos considerados críticos na região pantaneira da rodovia.

Fonte: Correio do Estado