Arquivo

Um dos maiores terminais de escoamento de celulose do mundo foi inaugurado pela Eldorado Brasil, indústria de Três Lagoas (MS), no Porto de Santos (SP), nessa segunda-feira (31). O local tem 53 mil m², o tamanho de 7 campos de futebol, e capacidade para armazenar 150 mil toneladas de celulose.

Além do grande espaço para armazenamento, o local comporta até 72 vagões e tem suficiência para embarque de até dois navios simultaneamente. O empreendimento destinado para escoamento da matéria-prima do eucalipto sul-mato-grossense teve R$ 500 milhões investidos em tecnologia de ponta.

Aumentar a suficiência logística da indústria é um dos benefícios que se traz com a inauguração. A solenidade contou com a presença do governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, o presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (FIEMS), Sérgio Longen, e dos irmãos Joesley e Wesley Batista, acionistas da J&F, grupo que controla a Eldorado Brasil.

O local altamente tecnológico começou a ser construído em 2022, mas planejado desde o início dos anos 2010, quando a indústria de celulose se instalou em Três Lagoas. O desejo da companhia sempre foi ter um sistema logístico integrado e ligado de ponta a ponta.

Com o novo terminal, a capacidade de escoamento da companhia cresce para 3 milhões de toneladas destinadas ao mercado internacional e nacional ao ano. O número é três vezes maior do que o empreendimento operava no antigo terminal, também em Santos.

Mato Grosso do Sul é o segundo maior produtor de celulose no Brasil, ficando atrás somente da Bahia. O estado é o líder das exportações nacionais da matéria-prima, mais um motivo para a aposta do megaterminal da indústria de Três Lagoas.

Em uma ótica regional, o avanço do investimento da companhia privada reflete a fim de uma prospecção maior na produção de celulose em Mato Grosso do Sul. O estado pantaneiro tem diversificado as culturas, o eucalipto é uma das apostas que vem se demonstrando cada vez mais forte.

O governador de Mato Grosso do Sul exaltou a vocação do estado para a área da floresta plantada. Para o representante, a inauguração do terminal aumenta a competitividade e agrega capacidade às produções do estado que é líder nas exportações de celulose.

Quanto à infraestrutura regional, o governador frisou que os investimentos são buscados por todos os lados. A melhora de rodovias, como a BR-262 – principal eixo da rota da celulose de Mato Grosso do Sul – pode agregar em um avanço ainda maior para o setor de florestas plantadas no estado.

Riedel não comentou sobre tratativas concretas para a avanços em rodovias estaduais e federais, em Mato Grosso do Sul, mas disse que negociações e licitações são pensadas.

“Nós temos três grandes eixos de investimento no estado: as parcerias público-privadas e os investimentos federais nas rodovias federais. Se trabalharmos bem estes três eixos, conseguimos mudar”, pontuou o governador.

O presidente da FIEMS, Sérgio Longen, acredita na ampliação como uma vitrine para que a indústria de Mato Grosso do Sul fique cada vez mais visível para outros países. A saída da matéria-prima produzida no estado é o Porto de Santos, a capacidade logística com o empreendimento é destaque e apresenta competitividade, de acordo com Longen.

Mato Grosso do Sul tem capacidade instalada para processar anualmente 5 milhões de toneladas de celulose por ano. O volume já coloca o estado como um dos maiores produtores mundiais. Se fosse um país, seria o 11º produtor mundial, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

“O Mato Grosso do Sul se tornou referência em celulose. Hoje o estado exporta 30% do total da celulose brasileira, e esta matéria-prima passa pelo Porto de Santos. Aqui só passa celulose sul-mato-grossense. Essa inauguração é importante para a competitividade do mercado, que passa pela logística. Mato Grosso do Sul tem competitividade na estrutura logística. Temos a produção de florestas, a indústria e agora esta saída”, afirma o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck.

Fonte: G1MS