Alice tocou o 'sino da cura' após dois anos de tratamento contra câncer - Arquivo pessoal

Depois de dois anos de tratamento contra um câncer no sangue, a pequena Alice Maia, de 5 anos, tocou o “sino da cura”, nesta segunda-feira (14), no Hospital da Cassems, em Campo Grande. A ida para o momento tão esperado foi planejada. Em um carro todo decorado e com a fantasia da “Mulher Maravilha”, a menina espalhou esperança pelo trânsito da capital.

“Ela é meu milagre. Chorei muito, mas chorei de alegria depois de muito choro de tristeza. Ela foi vestida de mulher maravilha, porque ele é a verdadeira mulher maravilha” , disse Simone Maia, mãe da menina.

O dia nublado em Campo Grande ganhou mais cor. A preparação para a alta médica começou um dia antes. Alice já sabia que ia tocar o “sino da cura” contra o câncer, relembra a mãe.

Logo na segunda pela manhã, Simone foi até ao carro, grudou diversos balões coloridos e escreveu mensagens positivas. No para-brisa traseiro, a mãe escreveu: “Levando nossa menina para tocar o sino… Alice venceu o câncer! Buzinem, Buzinem! Deus é bom!”.

No caminho até o hospital, todos os veículos que passavam por Alice buzinavam. A alegria de mãe, pai e filha foi contagiante.

“O carro já sabia o caminho do hospital, depois de tanto tempo que fomos para o tratamento. Mas hoje o trajeto foi diferente, foi para agradecermos a Deus. Hoje foi o dia dela, é gratidão a Deus. Vejo Deus em cada detalhe”, expressou Simone.

Luta contra câncer

Simone lembra que o diagnóstico do câncer na filha foi assustador. Alice tinha 3 anos quando a família descobriu a leucemia. A princípio, a mãe achava que a garota estava com Covid, mas logo o diagnóstico preciso trouxe a notícia.

“Alice tinha 3 anos e 5 meses quando descobrimos. Eu e meu marido testamos positivo para Covid. Logo depois a Alice começou a ter febre, suspeitamos do vírus também. Levamos ela ao hospital e os exames de sangue estavam todos alterados. Se tivéssemos demorado mais um pouco, íamos perder a Alice”, comenta Simone.

Os dois anos de tratamento foram “dias no escuro” para Simone. A mãe da menina relata que a filha não entendia que estava com câncer, mas sabia que tinha um “dodói no sangue”.

Alice foi diagnosticada com leucemia com 3 anos – Arquivo pessoal

“Descobrir o câncer em uma criança é viver a doença junto, foram dias de luto. Todos os dias Deus renova nossa força. Alice dizia que tinha um dodói no sangue. A minha filha não tem noção da doença que ela teve. Ela não tem dimensão do que é o câncer”.

O tratamento foi intenso. Alice fez várias sessões de quimioterapia. Ao longo de um ano a menina recebia o medicamento no sangue. Depois, mais um ano e seis meses de quimio oral, como Simone relembra.

Depois de vários meses de tratamento, o carro que levava Alice para receber o tratamento no hospital foi o mesmo que levou a menina para tocar o “sino da cura”.

“É muita alegria, gratidão a Deus por tudo que vivemos. Algumas semanas que íamos ao hospital de segunda a sexta. Meu carro ia sozinho. Hoje o percurso foi totalmente diferente, eu estava bem eufórica com este dia. O dia da alta, quando acaba o tratamento e para tudo”.

A felicidade foi contagiante – Arquivo pessoal

*Com informações do G1 MS