Mato Grosso do Sul conta com a Superintendência de Economia Criativa, criada neste ano - Divulgação

O que é a economia criativa? E qual o seu potencial econômico no PIB do Estado? Criada no primeiro semestre deste ano, a Superintendência de Economia Criativa vem para responder essas perguntas e construir, junto dos criativos de Mato Grosso do Sul, o primeiro plano estadual do setor.

Com parceiros como Sebrae, Sesc e prefeituras municipais, a Superintendência de Economia Criativa tem rodado Mato Grosso do Sul discutindo as potencialidades e eventuais dificuldades de cada região.

Para alcançar todos os 79 municípios, o Estado foi dividido em oito encontros regionais no Oeste, Sul, Fronteira, Norte, Centro, Oeste e Costa Leste. Num primeiro momento, a Superintendência visita as regiões, apresenta o trabalho e, posteriormente, retorna para realizar os encontros regionais, onde são colhidas as propostas para o plano.

Dentro da programação também estão inclusas atrações culturais, apresentações e estandes de criativos, além da realização de oficinas.

Em fase de construção, a primeira legislação a respeito da Economia Criativa é o grande passo para fazer de Mato Grosso do Sul o estado pioneiro no desenvolvimento do setor.

O que é economia criativa?

Nos lançamentos da pasta, o superintendente tem despertado no público a necessidade de enxergar a criatividade como economia. Décio Coutinho começa explicando que o conceito de economia criativa envolve uma economia humanizada, que valoriza os talentos, o território, mas, acima de tudo, as pessoas.

“Todo dia me perguntam o que é economia criativa, e eu trago esta foto, de uma viola de cocho. Tem valor cultural aqui? Tem valor econômico? Tem tecnologia? Lembrem sempre: aqui tem valor cultural, econômico e a tecnologia do saber fazer do artesão. E se tem cultura, economia e tecnologia, isso é economia criativa”, apresenta o superintendente.

Na palestra, Décio praticamente desenha o conceito que vem trabalhando por todo o País, e de uma forma lúdica aproxima a população da própria cultura enxergando-a com outros olhos.

“É preciso transver o mundo, como já dizia o poeta Manoel de Barros, e quando a gente fala de criatividade, é muito um comportamento nosso, uma postura nossa de exercitar esse novo olhar sobre o mundo. E, então, é um desafio muito pessoal, como é que eu posso ser mais criativo do que eu já sou? É preciso transver o Mato Grosso do Sul”, poetiza Décio.

Secretário de Estado de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania, Marcelo Ferreira Miranda enfatiza que a economia criativa tem espaço no Estado.

“Sabendo que a questão da geração de emprego e renda está cada vez mais difícil, com as grandes empresas vindo e todo o processo de automação, se gera menos emprego. Sem dúvida nenhuma, o grande caminho é a economia criativa, e não tem como falar dela sem falar de cidadania, sem falar de geração de renda, que é um dos grandes objetivos do nosso plano estadual”, sustenta Marcelo.

Para a analista-técnica do Sebrae/MS, gestora do Programa Economia Criativa, Daniele Muniz da Silva Vieira, este é um setor em crescimento em todo o mundo, e não seria diferente em Mato Grosso do Sul.

“O Estado possui uma rica cultura e tradições, o que torna a economia criativa uma área importante para a economia local. No MS, a economia criativa tem sido impulsionada pela produção de artesanato, música, teatro, dança, literatura, cinema, gastronomia, arquitetura, publicidade”, enumera a analista.

Parceiro dos encontros regionais, o Sebrae tem vislumbrado na estruturação do plano estadual a base para criação e implementação da primeira Lei Estadual de Economia Criativa de MS.

“A economia criativa, na verdade, sempre foi muito importante para o desenvolvimento econômico sul-mato-grossense, no entanto, estamos seguindo uma tendência do mercado mundial quando olhamos as oportunidade de ganhos competitivos e incluímos em nossas ações nuances da economia colaborativa, setores afins se organizando em torno de um propósito maior, uma grande coalizão, onde são alinhados e documentados os principais interesses de cada segmento, tudo isso num esforço conjunto entre os setores público e privado, com a condução da Setescc e o Sebrae/MS”, destaca.

Dobrar o PIB

Para o superintendente de Economia Criativa de MS, Décio Coutinho, elevar o PIB do Estado será a consequência do primeiro plano estadual no segmento.

“Nós queremos construir um plano que seja a cara do Mato Grosso do Sul, com as peculiaridades de cada região, para que isso possa realmente ser um plano que vai espelhar a nossa rica diversidade. A nossa meta é ambiciosa? A gente quer dobrar o PIB da economia criativa até 2026, que hoje no Estado é de 0,8. Queremos transformar, até 2026 em 1,6”, anuncia Décio.

Para participar e trazer a sua colaboração no Plano Estadual de Economia Criativa se atente às datas do encontro em sua região, confira abaixo:

Regional Sul – Naviraí
Encontro Regional: 14/09

Fronteira – Ponta Porã
Encontro Regional: 20/09

Regional Norte – Rio Verde
Encontro Regional: 27/09

Regional Oeste – Bonito
Encontro Regional: 17/10

Regional Centro – Campo Grande
Encontro Regional: 31/10

Regional Sul – Dourados
Encontro Regional: 16/11

Regional Costa Leste – Três Lagoas
Encontro Regional: 21/11