Marca de sangue de Agostinho, na Rua Brasília, quase em frente à Casa da Mulher Brasileira, no Jardim Imá - Henrique Kawaminami/Campo Grande News

Agostinho Mota Maia Neto, 41 anos, morto pelo Batalhão de Choque na noite de domingo (1°), era sócio em uma empresa de proteção e rastreio de veículos de Jean Phelipe Assis Silva, 38, preso com mais quatro comparsas em uma casa alugada na Rua dos Caiuas, no Bairro Santo Antônio, em Campo Grande. A quadrilha era especialista em furtar camionetes, utilizando chaves codificadas.

Durante coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (2), o tenente-coronel Rigoberto Rocha da Silva, do Batalhão de Choque, revelou que o grupo criminoso era especialista em furtos de camionetes, modelos novos, e Agostinho e Jean utilizavam da tecnologia para conseguir cometer os crimes.

“Eles eram especialistas, muito bem articulados. Utilizavam da tecnologia e conhecimento para fazerem suas ações criminosas”, explicou Rocha.

Cada membro do grupo, segundo o tenente-coronel, exercia uma função. “Tinha um técnico em eletrônica responsável por fazer a ligação, um só para abrir o carro, um dos chefes selecionava o veículo adequado, acreditamos que em contato com o país vizinho, como uma espécie de encomenda. Vimos, também, que tem uma pessoa que fazia a transação comercial de como era feito o pagamento da Bolívia, para que esse dinheiro entrasse via Pix para o Brasil e os outros eram os motoristas”, informou.

Os criminosos eram monitorados desde dezembro de 2022 e de lá para cá, a polícia acredita que mais de 20 camionetes já foram furtadas. Toda eram ligadas com chaves codificadas. Prejuízo de R$ 5 milhões. “Camionete é cara, veículo de luxo”.

No dia 19 de setembro, dois veículos foram recuperados estacionados no Aeroporto Internacional de Campo Grande. As camionetes haviam sido levadas da cidade de Terenos nos dias 16 e 17 do mês passado.

Os bandidos são da cidade de Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte. A casa onde eles trocavam as placas das camionetes furtadas era alugada em nome de Agostinho, que usou documento falso para fazer o contrato de locação.

“De maneira muito rápida, eles furtavam os veículos, trocavam as placas, substituía por uma legal, então, aparentemente, o carro já estava legal e, na sequência, se dirigiam até os países vizinhos para fazerem suas ações comerciais”, disse o tenente-coronel.

Os motoristas negociavam os veículos pelo valor de R$ 30.000 e o pagamento era feito via Pix. Após receberem os referidos valores, dividiam em partes iguais.

Placas de veículos e objetos apreendidos em casa onde quadrilha atuava – Divulgação/Batalhão de Choque

Confronto

Agostinho morreu na noite de domingo, na Rua Brasília, quase esquina com a Avenida Duque de Caxias, no Jardim Imá, em Campo Grande. O bandido estava em um carro Hyundai HB20 e durante abordagem, desceu do carro armado, apontando em direção à guarnição.

Para conter o criminoso, um policial atirou contra Agostinho. O homem foi socorrido, mas morreu na Santa Casa.

No assoalho do carro, a perícia encontrou um revólver calibre. 38, com seis munições intactas, e duas placas de veículo embaixo do banco, que eram de uma Hilux de Corumbá, com registro de furto em Campo Grande, no dia 11 de março deste ano.

De acordo com o boletim de ocorrência, por volta das 22h, os cinco homens foram presos em uma casa no Bairro Santo Antônio. Na residência, a polícia encontrou duas pistolas, um colete à prova de balas, além de um carro Voyage, uma Ford Ranger e um Hyundai HB20. Os bandidos usavam os veículos para praticar os crimes. Também havia no local diversas placas adulteradas de modelos similares aos veículos que eles furtavam e ferramentas utilizadas no crime.

*Com informações do Campo Grande News