Santa Casa tem pacientes nos corredores e espera de mais de 12 horas - Gerson Oliveira/Correio do Estado

A Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande (Sesau) estuda medidas para desafogar a Santa Casa, que alegou, nessa segunda-feira (13), superlotação de pacientes.

Em nota, a Sesau informou que não houve comunicação oficial por parte do hospital sobre fechamento ou restrição de atendimento no Pronto Socorro. No entanto, equipes trabalham para encontrar soluções para o problema.

“O setor técnico está em contato com o hospital para entender a situação e definir medidas para evitar a sobrecarga do serviço, direcionando o fluxo de atendimento para outras unidades hospitalares, caso necessário”, diz a nota.

Ainda segundo a Sesau, o município mantém os encaminhamentos dentro daquilo que é pactuado com o hospital, observando o cenário atual.

Conforme a Santa Casa, o hospital tem mais de 110 pacientes internados na área de ortopedia. Destes, 40 aguardam vagas para cirurgia. A média de espera nos corredores é de mais de 12 horas.

Além dos pacientes de Campo Grande, a unidade também recebe pacientes de ouras cidades do Estado, o que agrava ainda mais o problema.

O diretor-técnico da Santa Casa, William Lemos, afirma que há algum tempo o hospital passa por período de superlotação, mas que a situação se intensificou nos últimos dias.

Segundo ele, o aumento de atendimentos e internações pode ser reflexo do feriadão de Carnaval.

“Nós temos sofrido com a multiplicidade de acidentes, situações em que as pessoas precisam de atendimento das mais variadas gravidades. É muito importante que a população se atente para isso, tenha o seu cuidado, porque no momento nós estamos sem leitos disponíveis no hospital”, alerta.

Sem leitos, os pacientes permanecem por horas nos corredores e no pronto-socorro, o que, consequentemente, também gera a retenção de macas, impactando nos atendimentos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Corpo de Bombeiros.

O diretor-técnico ressalta que não há recusa de pacientes e que todos continuam sendo atendidos, mas com limitações devido à falta de leitos.

“É muito importante que todos saibam que os recursos são escassos e, quando a demanda aumenta, nós não conseguimos aumentar os recursos da mesma forma, seja ele número de pessoas para atendimento, número de profissionais, número de leitos, medicamentos que vão ser utilizados e isso faz com que a qualidade do atendimento, infelizmente, caia”, disse William Lemos.

“Contamos com a população para nos atender nesse sentido, de ter o seu cuidado de não misturar álcool e direção e de estar sempre atento à vida sua e dos seus próximos”, concluiu o médico.

Fonte: Correio do Estado