Três fatores que explicam virada de Kamala sobre Trump nas pesquisas em menos de um mês

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A campanha para presidência nos Estados Unidos deixou de parecer previsível para se tornar, em poucas semanas, uma das mais dinâmicas e incertas da história.

A média das pesquisas nacionais do FiveThirtyEight, um dos principais sites de análise de pesquisas, aponta a vice-presidente Kamala Harris como favorita, com 46,1%, contra seu rival republicano, o ex-presidente Donald Trump, com 43,4%.

Esses números são motivo de entusiasmo para a equipe de Harris, especialmente se levarmos em conta que Biden, antes de se retirar da corrida eleitoral em 21 de julho, tinha o seu partido 3,2 pontos abaixo dos republicanos, segundo a mesma média das sondagens.

A vice-presidente dos Estados Unidos está em primeiro lugar nas pesquisas em Wisconsin, Pensilvânia e Michigan, três dos seis chamados Estados-pêndulo – que serão fundamentais nas eleições de 5 de novembro, segundo pesquisas de domingo do The New York Times e da instituição Siena College.

Apesar de assinalarem um “entusiasmo sem precedentes” na campanha democrata, a margem é vista com cautela.

A seguir, veja alguns dos elementos que explicam esse feito, segundo analistas.

  1. A figura de Harris como estímulo

Com desenvoltura também em comunidades brancas, Harris pode representar uma diversidade de eleitores maior do que Joe Biden — valor que se destaca nas fileiras democratas e que gerou uma estranha reação do ex-presidente Trump.

“Ela é indiana ou é negra? Respeito as duas opções, mas obviamente ela não respeita, porque foi indiana do começo ao fim, até dar uma volta e virar negra”, disse o candidato republicano sobre sua rival durante evento na Associação Nacional de Jornalistas Negros que se reuniu em Chicago.

Além disso, Harris, a meses de completar 60 anos, é duas décadas mais nova que Biden e 18 anos mais nova que Trump, o que conseguiu frustrar a estratégia republicana de criticar a idade de Biden.

  1. A escolha de Tim Walz

Para o professor da Universidade de Princeton, a escolha do governador de Minnesota, Tim Walz, para integrar a chapa democrata fortalece a candidatura de Harris e visa enviar uma “mensagem de estabilidade”.

“Walz é popular entre os eleitores da classe trabalhadora rural em áreas como o Centro-Oeste, e ele também tem experiência legislativa por conta de sua passagem pela Câmara dos Representantes e sua conexão com o Capitólio”, diz Zelizer.

  1. Proximidade com os eleitores

Nos manuais de campanha eleitoral, a proximidade com o público é um ativo.

A personalidade de Harris, seu frescor, sua proximidade com o povo e seu caráter espontâneo deram o tom para esta nova etapa da campanha.