Quando um autor de tentativa de feminicídio é preso na última semana, em uma abordagem da Força Tática, da Polícia Militar, a delegada titular da Delegacia de Atendimento à Mulher em Aquidauana, Joilce Silveira Ramos comemora. “Com essa prisão, é o sexto agressor que conseguimos colocar atrás das grades, através de decisão judicial, já que foram sete mandados de prisão, e agora só falta um”.
O ano de 2020 começou com avanços no município. Somente de violência doméstica tanto na Delegacia de Atendimento à Mulher e na Primeira Delegacia de Polícia Civil, foram 92 boletins de ocorrência, 78 pedidos de Medida Protetiva, 21 agressores presos em flagrante e só na DAM dos 7 mandados de prisão concedidos pela Justiça, 6 agressores estão presos.
A autoridade policial reforça que, das 92 ocorrências registradas, 53 são violências físicas como chutes, socos, tapas, enforcamento, empurrões, puxão de cabelo, 2 são tentativas de feminicídio, 2 são incêndios em residências, 20 descumprimento de Medidas Protetivas (presos em flagrante e por prisão preventiva, 03 indeferidas pelo Juiz), 06 crimes sexuais e os demais são crimes psicológicos.
Apesar dos avanços, ainda há desafios para reforçar as ações de combate à violência a mulher, já que os números poderiam ser ainda maiores se não houvesse receio em denunciar. Muitas mulheres ainda se sentem envergonhadas, mas se é notado que elas estão buscando cada vez mais orientação, se encorajam aos poucos para denunciar o parceiro. Um dos fatores que influencia a mulher a não expor caso de violência é a proximidade afetiva com o agressor, já que o crime geralmente acontece dentro de casa.
A delegada observa que, diferente de Campo Grande, onde também atuou em defesa das mulheres, mais de 50% eram crimes psicológicos. “Já em Aquidauana, percebi que as vítimas ainda não estão fortalecidas para registrar xingamentos e ameaças, só procuram a Polícia quando a situação se agrava ou quando testemunhas acionam a Polícia Militar, o que é pior, porque o correto é romper o ciclo da violência antes da agressão física e não se deve esperar o primeiro tapa”, orienta Joilce.
E mais uma vez a delegada da mulher alerta e orienta: “mulheres, crianças e idosos, a Delegacia da Mulher está equipada para protege-los, seja na cidade, seja na área rural, onde tiver uma vítima precisando de ajuda, eu e minha equipe vamos até ela. Agressor bom é agressor preso! Quero que elas saibam que não vamos medir esforços e nem distância pra protege-las, temos vagas disponíveis no abrigo de Campo Grande por tempo indeterminado. Eu quero que nossas mulheres sintam confiança na Polícia, só assim para perder o medo e se separar”.
Só neste ano em Mato Grosso do Sul, 6 mulheres foram mortas pelos seus parceiros ou ex-companheiros, além do feminicídio, de acordo com a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), até o dia 29 de fevereiro, 3.108 mulheres haviam sido vítimas de violência doméstica no Estado.
DAM – Delegacia de Atendimento à Mulher, em Aquidauana:
Endereço: Rua 7 de Setembro, 1301 – área central de Aquidauana, quase esquina com a Duque de Caxias.
Horário de Atendimento: 8hs às 12hs/14hs às 18hs.
Telefone para denúncias: 99332-4290
Fotos: Vinicius Eduardo/JNE