Carne contaminada e produtos vencidos aumentam risco em supermercados

205

De janeiro a setembro deste ano, o Procon-MS fiscalizou 126 açougues e supermercados no Estado

De janeiro a setembro deste ano, o Procon-MS fiscalizou 126 açougues e supermercados no Estado. Dessas fiscalizações, 98 ocorreram em Campo Grande e 28 em cidades do interior, como Corumbá, Naviraí, Maracaju e Ponta Porã

A busca por alimentos frescos e saudáveis nos supermercados de Mato Grosso do Sul pode se transformar em um risco à saúde. Uma série de fiscalizações realizadas pelo Procon-MS revelou um cenário preocupante: a proliferação de irregularidades em açougues e supermercados, com destaque para a carne bovina, suína, de frango e peixes. A falta de higiene, o armazenamento inadequado e a venda de produtos vencidos expõem a população a riscos de contaminação e doenças.

De janeiro a setembro deste ano, o Procon-MS fiscalizou 126 açougues e supermercados no Estado. Dessas fiscalizações, 98 ocorreram em Campo Grande e 28 em cidades do interior, como Corumbá, Naviraí, Maracaju e Ponta Porã.

O Procon-MS alerta que as proteínas animais são os principais itens descartados devido à má conservação e à falta de boas práticas sanitárias. Um exemplo dessa falta de boas práticas é a desorganização e a falta de limpeza nos ambientes de manipulação de carnes, que podem apresentar a presença de insetos e o armazenamento conjunto de carnes destinadas ao descarte e à venda.

O órgão também destaca que, em muitos estabelecimentos, as carnes foram encontradas sem o registro da Vigilância Sanitária ou do SIM (Serviço de Inspeção Municipal), documentos essenciais para garantir a segurança dos produtos. Em outros casos, os itens estavam armazenados sem informações, como a data de abertura da embalagem, o que dificulta o controle de validade.

Um exemplo recente disso ocorreu no último dia 3, quando equipes do Procon/MS e da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo) suspenderam as atividades comerciais de um supermercado na Vila Entroncamento, em Campo Grande.

O estabelecimento operava sem licenças sanitárias, selo de inspeção municipal e alvarás de funcionamento e localização, vendendo produtos vencidos e impróprios para consumo, além de produzir marmitas e marmitex sem a documentação necessária.

Foram descartados 285,15 quilos de produtos de origem animal, armazenados em freezers e na câmara fria do supermercado. Entre os itens vencidos ou impróprios estavam pacotes de polenta, massas prontas de pizza, leite, iogurtes, castanhas, biscoitos e ração para cachorro.

Quanto às irregularidades constatadas pelos fiscais do Procon-MS, o estabelecimento teve um prazo de 20 dias para apresentar sua defesa, e suas atividades permanecerão suspensas até a análise do recurso.

Além das carnes mal acondicionadas, a equipe do Procon-MS encontrou, em estabelecimentos do interior do Estado, alimentos industrializados fora do prazo de validade ou mantidos de forma irregular. Segundo o órgão, esses produtos incluem pacotes de balas, pirulitos, temperos, ervilhas enlatadas e sucos em pó.

Em outros casos, a situação envolvia produtos impróprios para consumo, como no caso de um açougue em Itaporã, a 232 km da Capital, onde foi constatada a presença de carunchos e até fezes de rato em produtos como massas de macarrão e pacotes de farinha, evidenciando a falta de boas práticas de higiene no local.

O Procon-MS também orienta que, além da validade dos produtos, os consumidores devem estar atentos às condições das embalagens. “O principal fiscal hoje é o próprio consumidor, que pode observar irregularidades e, se necessário, denunciar. Se a embalagem está rompida, já não é possível garantir a qualidade do produto. Portanto, é fundamental ficar atento às condições das embalagens e dos rótulos dos produtos”, destaca a assessoria do órgão.