Crueldade: costureira queimada pelo ex saiu correndo em chamas pelo quintal

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Queimada com gasolina pelo ex-marido que não aceitava o fim do relacionamento, a costureira Valéria Carrilho da Silva, 35, saiu correndo pelo quintal com o corpo em chamas, na tentativa de se salvar. Quando corria, o fogo de seu corpo se propagou para a moto dela estacionada na varanda, atingiu roupas no quintal e até duas máquinas de costura industrial na sala da residência.

Valéria morreu no início da noite de ontem (30) no Hospital da Vida, em Dourados. O autor do feminicídio, Gilmar Alves Cotrin Junior, 42, o “Bombril Zica”, está preso. Ele confessa os crimes e não demonstra qualquer arrependimento.

Foi Gilmar que contou detalhes do crime. Localizado escondido em uma obra no centro da cidade, sete horas antes de Valéria morrer em decorrência dos ferimentos, o criminoso afirmou aos policiais: “não tem nada que vocês falem que me faça mudar, ela vai morrer”.

Na delegacia, Gilmar alegou ter praticado o crime porque a ex-mulher não permitia que ele visse os dois filhos do casal, de 2 e 3 anos. Segundo a delegada Thays Bessa, o criminoso disse que pediu para ver os filhos e Valéria teria “tirado sarro” da cara dele. A vítima tinha medida protetiva contra o ex-marido, expedida pela Justiça em fevereiro deste ano.

No início da madrugada de ontem, disposto a matar a ex, Gilmar foi até a casa dela na Rua Garrincha, no Jardim Esplanada, e invadiu o quintal. Valéria estava fora e os dois filhos dela com a cuidadora, que mora no mesmo bairro.

Com uma mangueira, Gilmar retirou a gasolina do tanque da moto e colocou em um caneco. Quando Valéria chegou, ele jogou o combustível nela e ateou fogo usando um isqueiro. Com o corpo em chamas, a costureira tentou correr e espalhou o fogo para a moto, roupas no quintal e até para o espaço onde ficavam as máquinas de costura.

Gilmar disse que chegou a jogar água enquanto a mulher era consumida pelas chamas e depois fugiu. Após os vizinhos verem a fumaça, Valéria foi encontrada gritando de dor, caída no quintal. Levada para o Hospital da Vida com queimaduras no pescoço, nas mãos, no tórax, no rosto e na cabeça, ela morreu por volta de 18h.

Em entrevista nesta segunda-feira, a delegada Thays Bessa disse que ainda na madrugada de ontem, logo após Valéria ser levada para o hospital, Gilmar Cotrin Junior ameaçou a cuidadora das crianças. Em mensagens enviadas pelo aplicativo WhatsApp, falou que ela seria a próxima a ter o mesmo fim da costureira. A vítima cuidava dos filhos dele no momento em que foi ameaçada.

Gilmar foi autuado em flagrante por feminicídio triplamente qualificado (praticado por motivo fútil, através de emboscada e uso de fogo), por descumprimento da medida protetiva e pelas ameaças contra a babá. Ele deve passar por audiência de custódia ainda hoje.

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