Delegado de Aquidauana suspeito de furtar cocaína responde por estupro e peculato

69

O delegado Eder Oliveira Moraes, 50 anos, investigado pelo furto de 101 quilos de cocaína da Delegacia de Polícia Civil de Aquidauana, onde era o titular, já responde a pelo menos outros três processos, um deles por estupro de vulnerável e outros dois relacionados a desvio de 68 bezerros, avaliados em R$ 81,6 mil.

O processo de estupro de vulnerável, de 2016, corre em segredo de justiça, mas foi citado pelo delegado durante o auto de prisão em flagrante por posse de arma de fogo, ocorrido nesta segunda-feira (24), em Aquidauana, distante 135 quilômetros de Campo Grande.

Este flagrante ocorreu durante cumprimento de mandado de prisão temporária, em investigação sobre o furto de 101 quilos de cocaína na delegacia daquele município. Na operação, os policiais pediram que o delegado apresentasse as armas. Inicialmente, o delegado mostrou o revólver calibre .40, da Polícia Civil, com carga funcional.

Novamente questionado, apresentou revólver Taurus calibre 38, municiado com cinco cápsulas. Eder Moraes preferiu não se manifestar e não respondeu onde comprou o revólver.

No informe feito à Corregedoria da Polícia Civil, Eder responde a questionamentos sobre endereço, trabalho, rendimentos e se já foi processado alguma vez, o delegado informou que é réu em processo em andamento em Rio Verde de Mato Grosso, por estupro de vulnerável. Sobre o crime, é perguntado se ele está arrependido, o policial nega autoria.

Gado – Os outros dois processos, peculato e improbidade administrativa, no período em que Eder era o delegado titular em Rio Verde, a 207 quilômetros de Campo Grande.

Os dois processos referem-se ao desvio de 68 bezerros que haviam sido apreendidos irregularmente pela Polícia Civil, segundo denúncia do MPE (Ministério Público Estadual).

Com base no inquérito policial, de 2014 a 2016, Eder Oliveira Moraes, o investigador Edmilson da Silva Galhardo, 53 anos, o capataz Fabiano Antônio Vaz Vieira, 40 anos, o pecuarista Gilmar Alves Cardoso e o comerciante Anderson Aparecido Marcelino da Silva, 41 anos, “constituíram organização criminosa, estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, realizada informalmente, com o objetivo de praticar infrações penais”.

O desvio de 68 bezerros teria acontecido entre janeiro e abril de 2015. De acordo com MPE, a vítima Sigeyuki Ishii iria transportar gado de Corumbá e Aquidauana para Sonora. Durante o transporte, 68 animais apresentaram fraqueza e ficaram em uma fazenda em Rio Verde, depósito que foi acompanhado pelo capataz Fabiano Vaz.

*As informações são do Campo Grande News