O dólar fechou em alta nesta segunda-feira (2), após o governo subir para 1,1% o IOF para compra de moedas estrangeiras em espécie e com o Banco Central atuando de maneira mais intensa para controlar a queda frente ao real. O declínio dos preços de commodities ajudou na realização de lucros no pregão e o cenário político também continuou no radar do mercado.
A moeda norte-americana subiu 1,45%, vendida a R$ 3,4900. Veja a cotação. No acumulado de 2016, o dólar tem desvalorização de 11%.
“A tendência do dólar é de queda (sobre o real), o que vai demandar atuação do BC”, afirmou mais cedo à Reuters o operador de câmbio da corretora B&T Marcos Trabbold.
Muitos especialistas entendem que o BC não quer o dólar abaixo de R$ 3,50, a fim de prejudicar os exportadores e pelo fato de a moeda norte-americana já ter depreciado bastante este ano. Só em março e em abril, as quedas mensais acumuladas foram de 10,17% e 4,34%, respectivamente.
A cena política no Brasil continuou no radar dos investidores, com a expectativa de que o afastamento temporário da presidente Dilma Rousseff seja aprovado pelo Senado, o que levará o vice Michel Temer a assumir o comando do país. De modo geral, o mercado reagiu bem à indicação de que o ex-presidente do BC Henrique Meirelles poderia ser o novo ministro da Fazenda.
No exterior, a moeda norte-americana recuou frente a outras divisas, com os investidores avaliando que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, pode demorar mais para elevar novamente sua taxa de juros.
No Diário Oficial da União desta segunda-feira, o governo estabeleceu alíquota zero de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nas liquidações de operações simultâneas de câmbio para ingresso de recursos no país originárias da mudança de regime do investidor estrangeiro, de investimento direto e para investimento em ações negociáveis em bolsa.
Último pregão
O dólar terminou o último pregão do mês de abril em baixa de 1,64%, cotado a R$ 3,4401 – menor cotação de fechamento desde 31 de julho do ano passado (R$ 3,4247).
Intervenção do BC
O BC anunciou para este pregão leilão de até 40 mil swaps cambiais reversos –equivalentes à compra futura de dólares–, mantendo a atuação mais intensa feita na sexta-feira, depois de passar quase duas semanas mais longe. Vendeu o volume total em um único vencimento –o mais curto, em 1º de agosto deste ano– e, para operadores, não deve parar por aí, segundo a Reuters.
O dólar Ptax, taxa calculada pelo Banco Central que serve de referência para uma série de contratos cambiais, acumulou no fechamento de abril queda de 11,63% – a maior desvalorização em 4 meses desde agosto de 2003, segundo dados da provedora de informações financeiras Economatica.