O economista Flávio Calife, da Boa Vista SCPC, afirma que os pedidos de falência e recuperação judicial explodiram a partir do segundo trimestre de 2015. “Houve uma piora muito forte no ambiente de negócios. A falta de confiança está levando empresários que vinham tentando cortar custos e evitando demitir a abrir mão de seus negócios”, diz.
Calife explica que, no caso da indústria, a situação já vinha piorando há mais tempo, por isso os dados do comércio chamam mais atenção neste ano. As pequenas empresas são as que mais sofrem: respondem por 91% dos pedidos de falência no comércio e 79% na indústria.
A expectativa da Boa Vista SCPC é de que a situação continue se agravando até o fim do ano, resultando no maior crescimento dos pedidos de falência desde 2005, quando a nova lei entrou em vigor. Em 2009, auge da crise financeira global, a alta foi de 7%. “Não há sinal de melhora. Medidas como a retomada de impostos tendem a derrubar mais a confiança”, alerta.
Piora
O assessor econômico Vitor França, da Fecomércio-SP, prevê um cenário negativo para o varejo em 2016. Além do encarecimento de itens como água e energia, a disparada do dólar deverá elevar os custos de parte dos comerciantes.
Com juros altos e bancos retraídos, os empresários terão poucas janelas para refinanciar dívidas. “A consequência é um corte brutal de empregos no comércio. Ainda não é o fundo do poço. O ciclo de queda de vendas, fechamento de empresas e desemprego tende a se agravar”, diz.