Diego de Souza Mendonça foi condenado a 21 anos e 3 meses de prisão em regime fechado pelo assassinato de sua ex-companheira, Mayara Almodin Aran Florenciano, ocorrido em fevereiro deste ano no município de Nioaque, em Mato Grosso do Sul. A sentença foi proferida após julgamento no qual o réu foi responsabilizado por homicídio triplamente qualificado — por se tratar de feminicídio, ter sido cometido por motivo torpe e com o uso de recurso que dificultou a defesa da vítima —, além dos crimes de perseguição no contexto de violência doméstica e porte ilegal de arma de fogo.
O crime aconteceu no retorno de Mayara de um evento de Carnaval, quando foi surpreendida por Diego, que a esperava dentro de um veículo. Sem chances de reação, a vítima foi executada com disparos de arma de fogo. As investigações revelaram um histórico de meses de perseguição, ameaças e controle obsessivo por parte do agressor, que não aceitava o fim do relacionamento e mantinha um padrão constante de vigilância, chegando a utilizar rastreamento para monitorar a rotina de Mayara.
A condenação foi resultado do trabalho da 1ª Promotoria de Justiça de Nioaque, que reuniu provas contundentes, incluindo laudos periciais, depoimentos de testemunhas e registros que comprovavam a escalada da violência. Durante o julgamento, o Conselho de Sentença acatou integralmente a tese do Ministério Público, rejeitando todas as argumentações apresentadas pela defesa do acusado.
Além da pena de reclusão, o juiz responsável pelo caso determinou o pagamento de R$ 50 mil à família da vítima, como indenização mínima por danos morais. A condenação foi considerada definitiva, uma vez que não houve apresentação de recurso por nenhuma das partes. O caso reforça a gravidade da violência de gênero e o compromisso do sistema de justiça em punir com rigor crimes cometidos contra mulheres.