Com uma área territorial quase do tamanho de Portugal, o Pantanal sul-mato-grossense ocupa 27% de todo o Estado de Mato Grosso do Sul, com aproximadamente 98 mil km² de extensão – contra 92 mil km² de Portugal. Se comparado a outros países, a diferença fica maior ainda, com a porção do bioma em Mato Grosso do Sul equivalente a três Bélgicas – nação sede do parlamento europeu e que tem pouco mais de 30 mil km² de extensão.
O bioma se mostra desafiador diante de tais comparações, que levam em comparação apenas a porção sul-mato-grossense – o vizinho Mato Grosso possui outros 35% do território pantaneiro. E como já dito, as dimensões do Pantanal exigem desafios à altura, como bem sabem o homem e a mulher pantaneira, que atravessam a região por horas de barco.
De Corumbá, a cidade mais ao oeste do Estado e que faz fronteira com a Bolívia, uma viagem de barco para a Serra do Amolar, mais ao norte e ainda no Mato Grosso do Sul, pode durar mais de cinco horas para superar 290 km. Localizada no noroeste do Estado, a Serra do Amolar é um dos locais mais isolados, mas não é o único no Pantanal.
Os Pantanais
O Pantanal sul-mato-grossense está dividido em sete sub-regiões: Abobral, Aquidauana, Miranda, Nabileque, Porto Murtinho, Nhecolândia e Paiaguás. A microrregião do Abobral tem 2.833 km², e é a menor de todas, limitando-se ao vale do Rio Abobral e, parcialmente, ao do Rio Negro.
Por ser uma região mais baixa, com apenas 90 metros de altitude, é uma das primeiras a se alargar totalmente durante as cheias, podendo permanecer assim por até seis meses, deixando os pastos parecidos com grandes lagoas, e as sedes de fazendas parecendo pequenas ilhas.
O Pantanal de Aquidauana, é porta de entrada do bioma. Essa microrregião possui um dos mais belos ecossistemas do planeta. O município de Miranda também é banhado pelo bioma, que atrai milhares de turistas e admiradores da pesca esportiva. O Pantanal de Miranda é rico em belezas naturais, biodiversidade de fauna e flora.
Distrito do município de Corumbá, Nabileque está localizado abaixo da “Cidade Branca” e é mais um dos ‘pantanais’. O Nabileque é um dos primeiros a sofrer as inundações e, por isso, a chegada das primeiras chuvas em outubro já viram motivo de preocupação.
O Pantanal de Nhecolândia destaca-se por sua imensa diversidade e é marcada pela presença de baías e salinas. É a única área de todo o Pantanal que apresenta o mosaico de lagoas salinas e de água doce, entremeando cordilheiras com vegetação florestal e, entre estas, corixos e vazantes.
Já o Pantanal de Paiaguás se localiza entre os rios São Lourenço, Taquari e Itiquira. A região de Paiaguás é conhecida por apresentar umas das cheias mais intensas do Pantanal, chamando a atenção dos moradores nas épocas de chuva. Seu solo é extremamente arenoso, tornando as atividades típicas da região, como a pecuária, atividade de sustento dos pantaneiros.
Por fim, bem ao sul, está localizado o Pantanal de Porto Murtinho, considerada a segunda menor microrregião, fazendo fronteira com o país vizinho, Paraguai.
A mulher e o homem pantaneiro estão acostumados com o isolamento humano e longas distâncias, mas o poder público, tanto estadual, federal e municipal, leva o apoio necessário.
Nos últimos dois anos, o projeto Ilumina Pantanal vem mudando a vida de muitos moradores da região. Mapear e atender às populações que vivem na maior planície inundada sempre foi um enorme desafio. As distâncias e o difícil acesso deixaram por décadas muitas comunidades isoladas, sem qualquer tipo de acesso à eletricidade.
O Governo de Mato Grosso do Sul, em parceria com distribuidora Energisa, implantou um sistema de fornecimento de energia por meio de sistemas individuais de geração solar fotovoltaica e armazenamento da energia excedente em baterias de lítio.
Alexandre Gonzaga, Comunicação Governo de MS
Foto de capa: Bruno Rezende