Redação
Na perspectiva mais otimista possível, a indústria calçadista de Mato Grosso do Sul não deve apresentar crescimento em 2016 devido à crise econômica nacional, conforme projeção feita pelo presidente do Sindicato das Indústrias de Calçados de Mato Grosso do Sul (Sindical/MS), João Batista de Camargo Filho. Ele destaca que o ano de 2015 foi de encolhimento superior a 20% para o segmento no Estado, quando a expectativa era de crescer 7%.
“O desafio para 2016 é manter a empregabilidade. Estamos focados nisso, mas é preciso que o cenário mude para que o empresário tenha confiança em investir”, declarou o líder sindical, salientando que uma alternativa para as indústrias é a exportação, pois algumas empresas estão conseguindo mercado internacional. “Pelo menos cinco indústrias já fazem esse trabalho, mas o segmento sofre com os importados da China, principalmente, no que se refere aos acessórios, como cintos e bolsas”, avaliou.
Na avaliação de João Batista, o momento econômico, a alta carga tributária e o excesso de normas a serem cumpridas inviabilizam o cenário promissor. Atualmente, segundo dados do Radar Industrial da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul (Fiems), Mato Grosso do Sul contabiliza 25 estabelecimentos industriais no segmento calçadista, que juntos empregam ao em torno de 2.126 trabalhadores.
O presidente do Sindical/MS acrescenta que o segmento enfrenta outras situações que acabam contribuindo para onerar os custos, como a grande rotatividade dos trabalhadores, principalmente, na região de Três Lagoas. “A indústria de calçados estadual espera que o trabalho de divulgação dos produtos sul-mato-grossenses em feiras voltadas para o segmento resulte na conquista de novos mercados. O Sindicato atua no sentido de buscar a participação nas feiras para abrir novos canais de vendas e divulgação do Estado”, disse.
Para o próximo ano, o desafio é continuar com a oferta de cursos para diminuir o déficit de mão de obra qualificada no intuito de atender as empresas instaladas do Estado. “O Sindicato quer ampliar a oferta de cursos, por meio de parceria com o Senai, para amenizar o gargalo. Com a qualificação, cria-se um ambiente mais adequado para atrair indústrias para o Estado”, pontuou João Batista de Camargo.
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