Interno enforcado na Máxima pode ter sido mais uma execução

Avelino Neto

MORTONAMAXIMA 1Embora dependa do que for definido em laudo de perícia e de legistas do Instituto de Medicina e Odontologia Legal – IMOL, para a polícia não resta dúvida de que o interno Júnior César Franco Pietro (41), achado morto na tarde desta sexta-feira (13) no Presídio de Segurança Máxima da capital, tenha sido assassinado. Os primeiros indícios levantados por investigadores da Polícia Civil apontam que a vítima tenha sido morta por integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) por fazer “negócios” com o Comando Vermelho.

Júnior teria vendido ou intermediado a venda de drogas junto com o Comando Vermelho, facção rival, gerando revolta aos membros da facção que comanda o presídio da Máxima em Campo Grande. Desde a semana passada mensagens de texto e áudios indicavam execuções. Segundo a polícia, Júnior não seria do PCC, mas convivia com integrantes seus integrantes no presídio. Ele foi encontrado morto no solário B, do Pavilhão 2, local de pouca visão por parte de agentes penitenciários. Ele dividia cela com outros 21 internos, mas foi encontrado no horário do banho de sol quando todas as celas estão abertas, vazias e com os presos no pátio.

A Polícia acredita inclusive que ele tenha sido morto em outro local da penitenciária e em seguida levado ao solário onde teve o pescoço amarrado. De acordo com a polícia, Júnior cumpria pena por tráfico de drogas, roubos, receptação, roubo qualificado e corrupção de menores. O corpo só foi achado ao final do banho de sol e início do fechamento das celas. Além da marca de enforcamento, o preso tinha várias outras pelo rosto, o que reforça a possibilidade de que ele não cometeu suicídio, sendo inclusive estrangulado. Agentes penitenciários relatam que o interno não havia pedido proteção ou revelado que sofria ameaças. O caso é investigado pela 3ª Delegacia de Polícia como morte a esclarecer.