Largada em MS é “laboratório” para Sertões virar maior rally do mundo

Em três anos, o Rally dos Sertões quer superar o Dakar e se tornar a maior competição do automobilismo off-road do Mundo. A organização do evento crê que a passagem por Mato Grosso do Sul, com direito a largada inédita em Campo Grande, servirá de laboratório para alçar a disputa a este patamar.

Diretor de comunicação do evento, Mário Andrada diz que a Capital “foi escolhida a dedo” pela organização. “Já é uma cidade de maior porte e tem algo que pode parecer besteira, mas a gente sente que o clima aqui está favorável. As pessoas e governantes estão mentalmente preparadas para receber e aproveitar o rally”, destaca.

Os organizadores já planejam a prova de 2022, ano do aniversário de 30 anos do Rally dos Sertões. A intenção é que o percurso rasgue o Brasil de Norte a Sul, do Oiapoque (AP) ao Chuí (RS).

O prólogo, que define a ordem de largada, aconteceu no sábado (24), às 7h, em pista de 2,2 quilômetros montada em frente à Praça do Papa. A arena teve espaço para 6 mil pessoas. As tomadas de tempo foram encerradas com show da dupla Bruninho e Davi, às 21h.

Após deixar a Capital, os pilotos e navegadores percorrem 487 quilômetros até Costa Rica, na região norte do Estado, primeiro destino da prova. Os competidores deixam Mato Grosso do Sul na segunda etapa e só param após 639 quilômetros, em Barra do Garças (MT).

O Rally dos Sertões ainda dorme em São Miguel do Araguaia (GO), Porto Nacional (TO), São Félix do Tocantins (TO), Bom Jesus (PI) e Crateús (CE) até a chegada em Aquiraz.

Impacto – Por onde passa, o circo do Rally dos Sertões leva 1,8 mil pessoas, desde competidores, mecânicos, estafe, cozinheiros e organizadores. Baseado no cálculo do Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), que estima gasto de R$ 350,00 por turista, o evento prevê impacto de R$ 630 mil por dia no comércio das cidades anfitriãs.

No caso de Campo Grande, onde os envolvidos com a prova devem ficar pelo menos quatro dias até a largada no domingo (25), R$ 2,5 milhões devem ser injetados nos restaurantes, hotéis, bares e lojas da economia local.

O evento ainda prospecta gastar R$ 75 mil por cidade somente para abastecimento dos veículos integrantes das expedições oficiais. Já a ocupação de hotéis vai superar o dobro da marca de 2018 – de 182 para 407 quartos.

A largada faz parte do calendário de comemorações dos 120 anos da Capital. O prefeito Marquinhos Trad (PSD) é entusiasta do evento.

“A partir do momento que ele é o segundo maior rally do mundo, só perde para o Paris Dakar, trazer para Campo Grande, com show e estrutura, e não apenas isso. Você não vai ver carros e motoristas, você vai ver um legado de assistência social. Eles chegam a lugares que o braço do estado não consegue chegar, porque chegar no centro da cidade é fácil, alcançar os pequeninos é que é difícil”, comentou Trad.

Social – Com a caravana, o Rally dos Sertões leva também atendimento médico e assistência gratuita por onde passa. Este ano serão quatro carretas, com destaque para a atenção oftalmológica. Os médicos do circo farão exames de vista nas crianças das comunidades isoladas no percurso da competição. Se constatado algum tipo de problema, os óculos são garantidos por parceiros do rally.

As carretas para atendimento de saúde também vão oferecer exames de colo de útero (Papanicolau) às mulheres das comunidades, prevenção ao câncer de pele e serviços odontológicos.

Fonte: Campo Grande News

Foto: Vinicius Branca/Mundo Press