Obras da Ponte Bioceânica às margens do Rio Paraguai avançam

Principais pilares de sustentação entre Porto Murtinho (MS) e Carmello Peralta (PY) estão em níveis avançados

A ponte internacional que vai ligar o Brasil ao Paraguai, por Porto Murtinho, a 438 quilômetros de Campo Grande, segue em ritmo acelerado de construção. Os principais pilares de sustentação da travessia estão a mais de 50 metros de altura acima da superfície, mostrando a magnitude da obra.

A construção da ponte sobre o Rio Paraguai, que fará a ligação do país vizinho com Brasil, por meio da Rota Bioceânica, segue em avanço e dentro do prazo previsto. O MOPC (Ministério das Obras Públicas e Comunicações), órgão paraguaio responsável pela obra, divulgou que a ponte que ligará as cidades brasileira de Porto Murtinho e Carmelo Peralta (no Paraguai), está com avanço geral de quase 50% de conclusão em ambos os lados.

Atualmente os trabalhos centram-se nas lajes dos viadutos de acesso e na fabricação de pré-lajes que vão sobre as vigas já montadas. Além disso, já está sendo alcançado o estágio de reforço dos dois postes do lado paraguaio. O processo consiste numa técnica complementar que é aplicada para estabilizar e reforçar a estrutura e distribuir a carga de forma mais equilibrada neste tipo de obra.

A ponte Bioceânica terá extensão aproximada de 1.294 metros, dividida em três trechos, dois constituirão os viadutos de acesso em ambas as margens do rio e uma corresponderá à parte estaiada, medindo 632 metros, com vão central de 350 metros.

O Consórcio PYBRA, responsável pela construção da ponte (obra realizada pelo Paraguai, financiada pela Itaipu Binacional), é formado pelas empresas Tecnoedil SA, Paulitec e Construtora Cidade, e a obra é gerida pelo Consórcio Prointec, sob a gestão do MOPC.

A Rota Bioceânica, que tem seu início em Mato Grosso do Sul e liga o Brasil ao Oceano Pacífico, será a primeira a ser entregue, dos cinco corredores internacionais previstos para ligar os estados brasileiros a países sul-americanos e ao mercado asiático. Além do corredor sul-mato-grossense, já existem planos e recursos para três rotas ligando os estados da região norte do País a Guiana, Guiana Francesa, Suriname, Venezuela, Colômbia, Peru e Equador. E no sul, a Rota Porto Alegre-Coquimbo, integrando à Argentina, Uruguai e Chile, que já existe, mas precisa ser adequada.

Integração

No lado brasileiro, com empenho e articulação do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, a ordem de serviço para início da obra que vai dar acesso à ponte já foi assinada o ano passado. A nova alça é essencial para viabilizar o projeto da Rota Bioceânica e assim encurtar o caminho de Mato Grosso do Sul para o Oceano Pacífico.

“A Rota Bioceânica significa um novo caminho para os mercados do Mato Grosso do Sul e do Brasil. Com acesso aos mercados asiáticos, China, Japão, Coréia do Sul, Índia, entre outros. Este acesso saindo pelo (Oceano) Pacífico se torna mais perto e assim novos produtos serão mais competitivos. Além de proporcionar integração com os povos da América do Sul”, disse o governador Eduardo Riedel.

A obra é financiada pela União e terá o investimento de R$ 472,4 milhões, prevista para um prazo de 26 meses. Será pavimentado um trecho de 13 km ligando a BR-267, em um contorno rodoviário em Porto Murtinho até a cidade de Carmelo Peralta, onde está sendo construída a ponte sobre o Rio Paraguai. Ainda está previsto a construção de um centro aduaneiro e um trabalho de terraplanagem, para um acesso elevado à ponte.

A construção será a conexão entre os países à Rota Bioceânica, que vai conectar Brasil, Paraguai, Argentina e Chile em apenas uma ligação rodoviária. O comprimento da ponte foi redimensionado para 1.310 metros e terá largura de 20,10 metros e quatro pistas, com capacidade para absorver o fluxo esperado de movimentação diuturna de cargas e tráfego de veículos bitrem. Nas laterais, serão construídas passagem de pedestres e uma ciclovia.