Ação da Polícia Federal, com suporte da Receita Federal e Força Nacional de Segurança Pública, apreendeu em Corumbá cerca de 900 litros de combustíveis contrabandeados da Bolívia. Os produtos foram encontrados durante a operação Mad Max em pontos clandestinos espalhados pela periferia da cidade. Cinco pessoas foram presas e quatro veículos foram apreendidos.
A ação atacou um problema antigo na Cidade Branca: a venda de derivados de petróleo de origem boliviana, que se acentuou na década de 1980, quando o real foi equiparado ao dólar. Hoje, um litro de gasolina chega a custar R$ 2,30 em Puerto Quijarro, cidade da Bolívia na fronteira com Corumbá . A venda, porém, é limitada aos brasileiros, o que vem incentivando o comércio clandestino.
Nos pontos de venda ilegais, o litro da gasolina é comercializado a valores entre R$ 3 e R$ 3,50, ante os R$ 4,70 cobrados nos postos da Petrobras da cidade. A gasolina boliviana é pura, o que pode causar danos em motores não preparados para receber esse tipo de combustível –por isso, quem revende o produto costuma o misturar com etanol.
Em campo – A ação da PF envolveu 26 agentes e chegou a quatro pontos distintos de revenda, onde ocorreram as apreensões. Os combustíveis estavam em galões plásticos, sem armazenamento adequado, “causando grande risco à saúde dos moradores da redondeza, além da iminente possibilidade de haver explosões e incêndios”, destacou nota da PF.
Quatro brasileiros e um boliviano – que não tiveram os nomes revelados– foram encaminhados à delegacia da PF em Corumbá, sendo indiciados por contrabando e armazenamento de substância tóxica irregularmente. Se condenados, podem cumprir pena de três a nove anos, além de serem multados.
O inspetorZaquiel Vettorello, da Receita Federal , afirma que pelo menos 15 mil litros de gasolina entraram ilegalmente em Corumbá nos últimos dois anos. Ele lembrou que houve também apreensão, principalmente de óleo diesel, transportado em barcaças.
“A maioria dos pontos de venda comercializava a granel, e tinha ate carretas abastecendo”, informou o inspetor, durante entrevista na delegacia da Polícia Federal. O nome “Mad Max” é o mesmo da série de livros e filmes que narram um futuro pós-apocalíptico no qual os combustíveis estão entre os principais bens protegidos pelos sobreviventes.
*As informações são do Campo Grande News