Um paciente de 56 anos morreu após ser espancado em uma clínica evangélica de reabilitação para dependentes químicos em Cotia, na Grande São Paulo. O principal suspeito do crime é Matheus de Camargo Pinto, de 24 anos, funcionário da Comunidade Terapêutica Efatá, que pertence ao pastor Cléber Fabiano da Silva.
A clínica, cujo nome é um termo em aramaico usado por Jesus para curar um paciente, recebe pastores para palestras sobre dependência química e tinha cultos evangélicos como parte da rotina de tratamento.
O funcionário foi preso em flagrante pelo crime de tortura. “O Matheus trabalhava como terapeuta, mas não tinha habilitação nenhuma para exercer a função”, afirmou o delegado Adair Marques Correa Junior, da Delegacia Central de Cotia.
O Pastor Cleber, responsável pela clínica, declarou que o estabelecimento não tem histórico de violência e que soube da agressão apenas após ver os hematomas na vítima. “Eu fiquei sabendo a partir do momento que a gente viu ele caído com os hematomas. Foram passados relatos anônimos de que o Matheus agrediu o paciente”, disse em entrevista a TV Bandeirantes.
A vítima, identificada como Jarmo Celestino de Santana, foi levada ao Pronto-Socorro de Vargem Grande Paulista, mas não resistiu aos ferimentos. Fotos mostram Jarmo com vários hematomas no corpo com as mãos amarradas para trás, preso a uma cadeira no momento das agressões.
“Eles levaram o rapaz ao pronto-socorro porque, segundo eles, o paciente passou mal durante a manhã. Encontraram ele desacordado no quarto e socorreram ele”, explicou o delegado.
A Guarda Civil Municipal foi acionada e, segundo o boletim de ocorrência, dois funcionários da comunidade terapêutica que levaram a vítima ao pronto-socorro contaram que Jarmo teria sido agredido dentro da clínica.
A Polícia Civil teve acesso a um áudio em que Matheus teria confessado a agressão. “Cobri no cacete, chegou aqui na unidade, pagar de brabo… cobri no pau. Tô com a mão toda inchada”, disse o suspeito em uma mensagem de voz, em posse da polícia.