Juliano Azevedo, se entregou na tarde desta segunda-feira (11) na Delegacia de Polícia Civil em Anastácio. Ele é acusado de matar sua esposa, Mikaele Oliveira, 22, na última sexta-feira (08). O feminicida deu a sua versão à delegada responsável, Karolina Souza Pereira Bernardes, sobre os fatos que culminaram na morte da esposa. A prisão preventiva dele já estava decretada e Juliano segue detido.
Ele confessou ter matado a esposa por uma suposta traição. A polícia agora tem dez dias para concluir o inquérito e depois enviar para o judiciário que decidirá se o padeiro permanecerá preso. Ainda de acordo com sua versão, ele tinha ido lanchar com a esposa e os filhos, quando na volta, dentro do carro, ele disse ver que a esposa conversava no aplicativo de mensagens, mas tentava esconder dele. Juliano disse então que tomou o aparelho da mão de Mikaele e constatou através de mensagens que ela estava se relacionando com outro homem.
Então, segundo a versão do padeiro, começaram a discutir dentro do veículo, enquanto os filhos dormiam no banco de trás, quando a vítima o xingou de corno. Eles já estavam em frente a residência, quando Juliano pegou um canivete que tinha e feriu o ombro de Mikaele, momento que ela saiu correndo para dentro da casa, aí ele disse “não se lembrar mais de nada” e só voltou a si quando estava na varanda do imóvel todo sujo de sangue.
Questionado sobre as crianças terem presenciado o crime, ele negou e disse que elas ficaram dormindo no carro. No entanto, a linha de investigação aponta que as crianças, menino de 1 ano e menina de 4 anos, presenciaram sim a morte.
Após cometer o crime, ele contou que foi até a casa da mãe e disse que precisava sair da cidade, porque tinha feito algo grave e que ela teria que ir junto para cuidar das crianças. Então a mulher pegou uma peça de roupa e entrou no carro do filho. Juliano disse que abasteceu o carro, passou por Piraputanga e quando se deslocava para Campo Grande, mandou mensagem para o padrasto e para mãe de Mikaele, contando o que tinha feito.
Vale ressaltar que, horas antes de se entregar, Juliano fez publicações nas redes sociais para “se defender” e ainda chegou a ameaçar um suposto amante de Mikaele.
Os dois viviam juntos há 7 anos, o crime ficou registrado pela Polícia Civil de Anastácio como “feminicídio majorado na presença de descendentes de vítima”, já que as duas crianças, filhas do casal, estavam na casa, um menino de 1 ano e uma menina de 4 anos.