Polícia Federal, por meio da Delegacia da PF de Ponta Porã, deflagrou na manhã desta quarta-feira (14) a Operação Raposa Kaiowá, com o objetivo de desarticular um esquema de fraude, promovido por uma falsa advogada indigenista, voltado para a obtenção fraudulenta de benefícios de aposentadoria por idade rural a indígenas. A mulher não teve o nome divulgado pela polícia.
Durante a ação, foram cumpridos mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara da Justiça Federal de Ponta Porã, contra uma estelionatária que se apresentava falsamente como advogada indigenista e se utilizava desse pretexto para aliciar indígenas para fraudes contra a Previdência Social. Foram identificadas pelo menos três fraudes contra a Previdência Social, as quais totalizam um prejuízo evitado à União estimado em mais de R$ 600 mil.
Além disso, foram identificadas inúmeras fraudes em empréstimos consignados, tendo indígenas da etnia Kaiowá como vítimas preferenciais. A Operação está sendo realizada pela Delegacia da PF de Ponta Porã, em conjunto com a Coordenação de Inteligência Previdenciária do Ministério da Fazenda (COINP) e com o Ministério Público Federal (MPF).
Operação – A Operação foi denominada “Raposa Kaiowá”, em alusão à característica traiçoeira e oportunista das raposas na captura de suas vítimas, a qual se assemelha à astúcia utilizada pela falsa advogada no trato com indígenas.
As investigações evidenciaram que a estelionatária se apresentava como advogada (embora não o fosse) especializada na promoção dos direitos indígenas para conquistar a confiança dos indígenas (em sua maior parte da etnia Kaiowá) visando manipulá-los e explorá-los financeiramente.
Além disso, o nome da operação remete à Operação Coiote Kaiowá, deflagrada pela PF em 2015, no município de Amambai, e que tinha como alvo esquema de fraudes previdenciárias de natureza similar.
JNE com Diário Digital
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