A Polícia Federal e a Receita Federal deflagraram nesta terça-feira (21) a Operação ‘Ouro de Ofir’. A investigação buscou desarticular Organização Criminosa que tem como mentor Celso Eder Gonzaga Araújo, conhecido como “Cônsul Eder”, que atua na forma de uma verdadeira Instituição Financeira clandestina perpetrando golpes para manter induzir pessoas a investir quantias em dinheiro, com o escopo de obter lucros financeiros exorbitantes.
São cumpridos 11 Mandados de Busca e Apreensão, 04 Mandados de Prisão Temporária e 04 Mandados de Condução Coercitiva, nas cidades de Campo Grande/MS, Terenos/MS, Goiânia/GO e Brasília/DF.
Uma equipe da PF e Receita Federal estiveram na empresa Company Consultoria Empresarial localizada na rua Arthur Jorge, Centro de Campo Grande. Estão envolvidos nas atividades referentes à deflagração aproximadamente 70 policiais, entre federais, servidores da Receita Federal e militares.
O plano criminoso era baseado na existência de uma suposta mina de ouro que foi explorada há muito tempo e cujos valores oriundos das comissões para a revenda estariam sendo repatriados e cedidos, vendidos ou até mesmo doados a terceiros, mediante pagamentos. Existe, inclusive, a esdrúxula figura de contrato de doação mediante pagamento. Outra modalidade de engodo é a promessa de liberação de uma antiga Letra do Tesouro Nacional – LTN.
Estima-se que milhares de indivíduos tenham sido induzidos a investir em um projeto cujos contratos não possuem lastro ou objeto jurídico plausível (os nomes eram Operação SAP e AUMETAL). Os investidores eram induzidos a depositar quantias para ter uma lucratividade de mais de 1.000% (algo desproporcional e insustentável financeiramente). Para atrair esses ‘investidores’, usavam elaborado e fantasioso roteiro que envolve a existência de antigas minas de ouro em Mato Grosso do Sul, documentos do Tesouro Nacional, um julgamento trilionário na justiça sul-mato-grossense e muita lábia.
Evangélicos – Apesar de não haver qualquer ligação com entidades religiosas, entre as vítimas há muitos evangélicos que foram recrutados por ‘irmãos’ e líderes de igrejas em diversos estados brasileiros. Formavam ‘equipes’ de propagação como ‘Os Milionários’, ‘Filhos do Rei’ ou ‘Anjo AUMETAL’. Basicamente, quem ‘entrava’ tinha de entregar pelo menos R$ 2 mil sem qualquer garantia.
Significado – O nome da Operação OURO DE OFIR é baseado em uma cidade mitológica da qual seria proveniente um ouro de maior qualidade e beleza. Tal cidade nunca foi localizada e nem o metal precioso dela oriundo.
Foto: Divulgação/PF