PMA prende proprietário de fazenda que deixou gado morrer de sede e fome

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Cenas chocaram a opinião público

O proprietário foi detido em Campo Grande, após quatro dias de investigações feitas pela PMA

Neste final de semana a PMA (Polícia Militar Ambiental) de Coxim identificou e prendeu o proprietário da fazenda onde dezenas de bovinos desnutridos foram encontrados mortos, na semana passada, às margens do Rio Taquari, em Coxim, a 253 km da Capital.

Segundo o Comando da PMS de Coxim, no local foi possível contabilizar 984 (novecentos e oitenta e quatro) bovinos, 268 (duzentos e sessenta e oito mortos), inclusive dois no interior de uma piscina e um dentro da residência, em condições visíveis de abandono e maus-tratos, muitos debilitados e incapazes de se locomover.

O proprietário, cuja identidade não foi revelada, foi detido em Campo Grande e conduzido à delegacia de Polícia de Rio Verde. A infração cometida prevê uma multa de R$ 3 mil por animal, aplicada diariamente enquanto a situação persistir, podendo somar mais de dois milhões de reais por dia. Já a pena pode variar de 3 meses a 1 ano de detenção, conforme a legislação.

De acordo com a PMA, a fazenda, localizada na região conhecida como Tupã, entre Coxim e Rio Verde, encontrava-se em estado crítico: abandonada, sem água, pastagens ou qualquer outro alimento para os animais, com a situação agravada pela seca severa dos últimos dias.

O Comandante da PMA de Coxim, capitão Anderson, fez questão de destacar: “A Polícia Militar Ambiental salienta que são situações isoladas e que não representam os cuidados dos pecuaristas da região”.

Durante a vistoria, os policiais ambientais tentaram socorrer alguns novilhos, fornecendo água de garrafas térmicas e retirando animais atolados em poças de lama. A operação contou com o apoio da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) e do MPE (Ministério Público Estadual).

Com os levantamentos concluídos pela PMA, a Justiça determinará a destinação dos animais, que poderá incluir o sequestro de bens do proprietário ou, eventualmente, a realização de um leilão para resolver a situação o mais rápido possível.

As ações de socorro aos animais continuam sob a supervisão dos órgãos competentes, enquanto a PMA se limita às medidas administrativas e ao encaminhamento do caso à Polícia Civil para as providências criminais necessárias.