População será priorizada na retomada dos serviços da Santa Casa, diz presidente

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por Renata Andrade

A Santa Casa convocou a imprensa nesta sexta-feira (23) para esclarecer a situação do impasse entre órgão e a prefeitura de Campo Grande. De acordo com a Santa Casa, a atual gestão possui débito com o hospital no valor de R$ 13 milhões, sendo que 7,5 milhões são referentes ao mês de junho, julho e agosto, referentes ao início desse ano e a 2014.

Uma nota da Prefeitura informou nessa quinta-feira (22) que nos meses de setembro e outubro foram repassados 30.820.000,42 sendo que 27.590.000,42 do Sistema Único de Saúde (SUS) e mais 3.250.000,00 da Prefeitura; e neste mês de outubro foi realizado o pagamento pré-fixado de R$ 16.048.103,83. A Santa Casa sustenta que não houve esses pagamentos. Além disso, completou 45 dias sem contrato.

Ontem, quinta-feira (22), o hospital suspendeu 64 atendimentos dos ambulatoriais e 15 cirurgias eletivas. Para hoje, sexta-feira (23), houve o cancelamento de 201 atendimentos ambulatoriais e 9 cirurgias eletivas. O presidente da Associação Beneficente Campo Grande, Wilson Teslenco,  lamenta essa situação, e diz não gostar de chegar a esse estado, por isso considera essa ação inevitável. “Não somos invisíveis à isso”, e promete “As pessoas serão priorizadas na retomada dos serviços. Serão atendidos na sequencia”.

Os atendimentos de urgência/emergência e cirurgias dos pacientes internados serão mantidos. Há também a preocupação da falta de materiais. Fornecedores suspenderam a entrega. Em princípio não faltam, mas com a suspensão, buscaram outros fornecedores com preços mais altos comprados.

Representando os médicos, José Mauro Filho diz serem extremas tais medidas, porém necessárias. “Mesmo com os atrasos, nós mantivemos IMG_2441o atendimento. O pronto clínico em nenhum momento pensa em deixar de atender o paciente pensando apenas no seu salário, pois não estaríamos aqui”, diz José. Para o diretor técnico, Mario Madureira, a questão de remuneração médica faz parte comum das condições para que esse atendimento técnico seja correto. “É responsabilidade primordial manter o perfeito atendimento técnico assistencial. Não queremos perder profissionais altamente qualificados por questões de remuneração.”, diz Mario.

Estão em atraso na folha do pagamento médicos autônomos (R$ 1.775.00,00), prestadores pessoas jurídicas (em torno de R$ 1.700.00,00) e outros prestadores e serviço (em torno de R$ 800.000,00). Já com os fornecedores o atraso é de R$ 4.000.000,00. As cirurgias eletivas não tem tempo determinado para voltarem a serem realizadas. Segundo o presidente Wilson não há afronto com a atual administração. “Mas ela se torna da atual Prefeitura. Ela prejudica o povo, a Santa Casa e a Prefeitura. Todos estão no mesmo barco com o mesmo desafio”, esclarece Wilson.

O presidente pede perdão a população que está sofrendo com a situação. “Essas pessoas serão priorizadas para fazer esses atendimentos ou o seu procedimento cirúrgico assim que conseguirmos retornar a normalidade dentro do hospital”, promete.

Fotos: Warren Nabuco