Preso por tráfico na Bolívia, suspeito de executar garagista em MS entra na lista da Interpol

Ferramenta é direcionada para foragidos, mas também vale para suspeitos que já foram presos. Suspeito foi detido com uma aeronave que era utilizada no tráfico, na cidade de Santa Ana de Yacuma, no departamento de Beni, na Bolívia.

48

Thiago Gabriel Martins da Silva, conhecido como “Especialista”, foi incluído na Difusão Vermelha da Organização de Polícia Internacional (Interpol). O suspeito é um dos denunciados por assassinar e sumir com o corpo do garagista Carlos Reis de Medeiros de Jesus, de 52 anos, o “Alma”, em Campo Grande (MS), em setembro de 2021.

O pedido foi feito pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), para que seja cumprido, na Bolívia, onde Thiago Gabriel foi preso. O pedido foi aceito pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos, titular da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande.

Thiago está preso desde o último dia 20 de agosto, em Trinidad, na Bolívia, após ser flagrado com 406 quilos de cocaína. Ainda não há confirmação de uma eventual extradição do investigado para o Brasil.

Além da cocaína, também foram apreendidas granadas e armas de grosso calibre com o trio. Outros três integrantes do bando conseguiram fugir e ainda estão sendo procurados pela polícia do país vizinho.

Desaparecimento

Da esquerda para direita, Thiago Gabriel Martins da Silva, e a vítima Carlos Reis de Medeiros de Jesus, o Alma – Reprodução

Carlos Reis, o Alma, desapareceu no dia 30 de novembro de 2021. Todo o crime teria sido planejado por Thiago Gabriel, dono de uma ferro-velho e pessoa com quem Carlos mantinha “negócios”, aponta a investigação.

Apesar de se apresentar como empresário, o garagista também era agiota e havia emprestado dinheiro a Thiago. Conforme a Polícia Civil, a investigação apontou que o crime foi motivado por vingança e “acerto de contas”.

Thiago é filho de José Venceslau Alves da Silva, ou “Celau”, que tinha negócios com o garagista. Desde a morte do pai, em 2020, Thiago Gabriel passou a cobrar Alma, mas foi ignorado. Foi então que Thiago apresentou Vitor Hugo de Oliveira Afonso, o Primo, para Alma.

A intenção de Thiago era colocar Vitor para acompanhar todos os passos do garagista e descobrir as movimentações financeiras que ele fazia. E o plano deu certo. Alma e Primo viraram parceiros na venda de veículos e também nas cobranças de agiotagem.

A investigação policial aponta que na data do desaparecimento, dia 30 de novembro de 2021, Alma foi atraído para a oficina de Thiago na Avenida Gunter Hans. Nos fundos da oficina Thiago e Primo teriam assassinado o garagista a tiros. Rodrigo José Martins da Silva, de 19 anos, irmão de Thiago também participou do crime.

Após o ocorrido, um dos envolvidos pegou o carro do garagista e usou no transporte para ocultação do cadáver, que foi esquartejado, segundo a polícia. O corpo de Alma nunca foi encontrado.

Dos suspeitos no crime, apenas Rodrigo e Vitor Hugo haviam sido localizados e presos, até então. Rodrigo foi detido no dia 22 de fevereiro, mas ganhou liberdade cerca de um mês depois. Já Vitor Hugo segue atrás das grades.

*Com informações do G1 MS