Requintes de crueldade: assassino de Mikaela é condenado a 24 anos de prisão em Anastácio

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Juliano Azevedo, 28 anos, foi condenado a 24 de reclusão pelo assassinato de sua companheira Mikaela Oliveira Rodrigues, 22 anos, em júri popular que aconteceu nesta quarta-feira (17) em Anastácio, acatando todas as teses do Ministério Público, que qualificou o feminicídio.

O crime ocorreu em setembro do ano passado. Segundo a perícia, Mika, como era conhecida, foi morta a golpes de faca, dentro da própria casa. A linha de investigação à época dos fatos apontou que os filhos do casal, menino de 1 ano e menina de 4 anos, presenciaram a morte. A arma usada pelo autor não foi encontrada. Ao ser preso, ele alegou em depoimento que cometeu o crime pois desconfiava de uma suposta traição.

O crime chocou toda a cidade de Anastácio e a região, já que vídeos do local do crime vazaram e mostraram uma cena macabra, evidenciando que Mika foi assassinada com requintes de crueldade.

Os dois viviam juntos há 7 anos, o crime ficou registrado pela Polícia Civil de Anastácio como “feminicídio majorado na presença de descendentes de vítima”.

Tribunal do Júri

O julgamento aconteceu com a participação do réu de forma virtual, alegando motivos de segurança, o que foi acatado pelo juiz da comarca, Luciano Pedro Beladelli, conforme previsto no Código Penal. Juliano é réu confesso. Ele admitiu ter atacado Mikaela com uma faca após uma discussão desencadeada por mensagens comprometedoras encontradas no celular da vítima.

Segundo o conselho de sentença, o assassino premeditou o crime, e sua personalidade possessiva, o relacionamento conturbado por ciúmes, contribuíram para o crime.

O conselho de sentença por maioria reconheceu a autoria e materialidade do crime de feminicídio, acolhendo as qualificadoras e rejeitando a absolvição. A causa de aumento prevista no artigo 121, §7º, inciso III, do Código Penal foi aceita.

Segundo a decisão judicial, o crime foi descrito como planejado e premeditado, com a vítima sofrendo dez ferimentos causados por uma faca, incluindo um corte extenso no pescoço. O réu foi considerado possessivo e ciumento, fatores que contribuíram negativamente para sua defesa.

Crimes que chocaram Anastácio

Este não é o primeiro crime que choca a população de Anastácio. Julio César Miranda dos Santos, 40 anos, foi condenado a 24 anos de prisão, em regime fechado, após ir a júri popular no dia 07 de novembro de 2023, no Tribunal do Júri da Comarca de Anastácio, pelo feminicídio que vitimou sua ex-esposa, Adriana Pereira, no dia 23 de julho, no município.

Após o voto do 4º jurado, a sentença foi proferida pelo magistrado, tendo recurso negado por unanimidade pelo Tribunal de Justiça, em abril deste ano.

O caso – Adriana Pereira estava na companhia de uma mulher fechando o bar, por volta das 14h30, quando o ex-marido apareceu em uma motocicleta, de cor verde, desceu e fez disparos em direção à vítima, que foi atingida por cinco disparos, sendo quatro na região posterior do tórax e um no braço.

A vítima chegou a ser socorrida pelo cunhado, mas não resistiu e morreu no hospital. Logo após o crime, o ex-marido de Adriana fugiu. Em diligências, a polícia foi até a casa da namorada do suspeito e ela confirmou que ele havia fugido após confessar que havia assassinado Adriana.

Familiares de Adriana durante protesto em frente ao Fórum de Anastácio

*Matéria editada às 10h15 para acréscimo de informações