Snus, substância que vicia 6 vezes mais que cigarro, teve 1ª apreensão do País feita em MS

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Acionada por funcionários dos Correios, a equipe de Vigilância Sanitária Estadual foi verificar pacotes com várias embalagens de medicamentos fitoterápicos suspeitos, além de outra “substância estranha”. Este segundo produto foi identificado como Snus, sachês de tabaco em pó ou nicotina, de comercialização, produção e distribuição proibida no Brasil, senda a primeira apreensão realizada no País.

Os pacotes seriam despachados de Campo Grande com destino a Guaíba (RS). Foram 2.260 sachês, distribuídos em dezenas de embalagens com inscrição em sueco. Em inglês, alguns adesivos avisam: “esse produto não é uma alternativa segura ao cigarro” e “este produto pode causar câncer de boca”. O flagrante aconteceu na quarta-feira (7).

“Quero acreditar que seja fato isolado, mas estamos em alerta para pior cenário”, disse o gerente de apoio ao sistema de Vigilância Sanitária da SES (Secretaria Estadual de Saúde), Matheus Moreira Pirolo.

O Snus tem comercialização liberada na Suécia, mas foi barrado em países da Europa e não tem venda autorizada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Esses sachês contêm 6,5 mg de nicotina cada, o que representa 6,5 vezes mais do que a quantidade absorvida pelo corpo humano, se comparado ao uso do cigarro comum. São saborizados, com essências doces e usados entre a gengiva e a bochecha, sendo dissolvidos. “Ele tem alto poder viciante, dá sensação de prazer e cada sachê dura cerca de 20 minutos”, diz Pirolo.

De acordo com o gerente, o Snus segue o mesmo rito do cigarro eletrônico ou narguilé, tendo como consumidor alvo os jovens. Em comparação aos cigarros comuns, as consequências são muito mais rápidas.

Pelo caráter viciante, o consumo aumenta gradativamente para que se obtenha a mesma sensação, tendo consequências danosas à saúde, como Pirolo lista: “Ressecamento na boca, surgimento de placas bacterianas, gengivite, perda dos dentes, cáries e câncer de boca”.

Segundo ele, há relatos no exterior que pessoas que sofreram ataque cardíaco pelo uso da substância, além de intensificar transtorno de ansiedade e depressão.

No caso do material apreendido em Campo Grande, a Vigilância Estadual busca identificar o remetente, para que ele possa ser autuado por infração sanitária e multado em R$ 3 mil. O relatório será encaminhado às polícias Civil e Federal para dar segmento à investigação criminal.