Tradição e qualidade garantem o sucesso da panificadora Viana

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O tempo passou, mas Artur Viana mantém vivos alguns costumes de três décadas

O ambiente familiar da Panificadora Viana guarda muitas lembranças e boas histórias para contar. São três décadas de comércio consolidado em Aquidauana, muita coisa mudou, mas mesmo tendo que se adequar a modernidade, Artur Viana ainda mantém vivos alguns costumes de 30 anos atrás. O local que já passou por algumas reformas, mas independente de mudanças, é uma tradição que nunca vai acabar, digamos que virou o patrimônio da cidade.

O cheiro do pão saindo quentinho saindo do forno nas primeiras horas da manhã é inconfundível para quem passa na Rua Marechal Mallet com a Augusto Mascarenhas, somando tantos anos de história nas mãos do casal Artur e Monica, o lugar continua firme na memória de quem acompanhou o crescimento da cidade e frequenta a padaria até hoje.

A história começou quando o casal resolveu ter o próprio negócio. Começou pequeno em um prédio locado, com poucos funcionários. Artur ainda trabalhava com distribuição de bebidas conciliando com o comércio, enquanto Monica literalmente colocava “a mão na massa”, produzindo deliciosos bolos e doces para a venda, claro que, contando sempre com o auxílio de funcionários. O tempo foi passando, o negócio foi crescendo, empregando atualmente mais de trinta funcionários. “É um orgulho poder fazer parte da vida dessas famílias, empregar universitários que vieram até mesmo de outros estados estudar aqui e ver no meu comércio a oportunidade de crescer, é muito gratificante”, conta emocionado.

Quem entra no amplo ambiente do local, não imagina as lembranças que tem por trás. Na época em que o caiaque começou a ganhar o rio Aquidauana, a Panificadora Viana também esteve presente. “O primeiro caiaque que entrou no rio foi com o nosso nome e o outro com uma empresa de distribuidora de bebidas parceira. Um era do ex-prefeito Fauzi Suleiman e o outro era do Valtemir Nogueira, hoje advogado na cidade, era uma dupla e tanto”, contou remexendo em sua memória.

Outra particularidade do comerciante que não se perdeu com o tempo, é oferecer um pirulito para a criançada que vai com os pais até o caixa. “Tem muita moçada aí na cidade, que já constituiu família, que estão com a vida feita, que quando pequenos, penduravam aqui no balcão, esperando o seu pirulito. Agora quem ganha o doce são os filhos dessas ‘crianças’ que vi crescer”, conta orgulhoso.

A outra proprietária da padaria, Monica Borges, hoje morando no Paraná com o filho do casal, também tem coisa boa pra contar. Um fato marcante foi a participação dela no casamento de sua funcionária mais antiga, a Cleide de Campos Leite Delgado, na época uma menina ainda. Mais que uma relação de chefe e funcionária, as duas se tornaram irmãs e o vestido de noiva é uma das coisas mais fortes que a ligam até hoje, apesar da distância. Cleide queria o vestido dos sonhos, o pai não tinha condições e os que ela podia comprar, não lhe agradava. Monica viu que ela não estava feliz, e ofereceu o seu vestido, se ela gostasse, poderia usar. Bati o olho e fiquei apaixonada. Ele era tudo cheio de pérola, um vestido lindo, com renda e laço no braço”, descreveu Cleide. O vestido foi feito para o casamento de Mônica com Artur, em 1984.

“Eu fui muito feliz no meu casamento. Da mesma forma que a Cleide foi no dela. Não se separei por falta de amor, por traição e nem nada, mas por condições de vida, não deu mais para ficar em Aquidauana. E ela? Ficou com o marido até morrer, ele morreu jovem e ela está sozinha até hoje, da mesma maneira que eu estou. Nós duas temos uma história de vida”, narra Mônica.

Entre história e produtos, alguns únicos, feitos de maneira artesanal, agora com um toque especial: a biomassa de banana verde, que conta com um bananal próprio e todo um estudo e preparação com profissionais gabaritados. “Eu já trabalhava com a produção da fruta, mas no início de 2016 aqui na região passou um vendaval muito forte e derrubou todos os cachos com bananas verdes, meus funcionários ficaram desolados, eu que tive que consola-los, disse que ia pra casa, mas voltaria com uma solução. Pesquisei e vi sobre a biomassa e toda aquela produção que até então estava perdida, virou receita pra quem quer saúde”, finalizou nosso saudoso Artur, que prima pela qualidade para continuar conquistando clientes.