No domingo (28/12), Carlos Daniel Alves Pinheiro, de 25 anos, foi preso pela Polícia Civil de Bonito após agredir sua companheira em casa, na Rua Projetada C, no Bairro Vila Marambaia. A polícia foi acionada e o encontrou ainda no local, conduzindo-o à delegacia após dar voz de prisão. Um vídeo mostra o momento em que o autor é colocado na viatura.
Segundo relatos, Carlos Daniel já tinha histórico de agressões anteriores, incluindo contra um homem em situação de rua e contra o ex-vereador e empresário Almir Trindade, reforçando um padrão de comportamento violento e reincidente. A Delegacia de Polícia Civil foi contactada, mas até o fechamento desta matéria não havia retornado informações adicionais sobre o caso.
fonte: Jornal de Bonito
Entendendo o Feminicídio: O Último Estágio da Violência Contra a Mulher
O feminicídio é definido pela lei brasileira como o assassinato de uma mulher por razões de gênero, geralmente no contexto de violência doméstica ou discriminação, e representa o último estágio de uma escalada de violência que muitas vezes se inicia com agressões verbais, psicológicas e físicas. É considerado um crime grave, com pena mais alta que o homicídio comum, justamente por refletir discriminação baseada no gênero.
A escalada típica de violência começa com atitudes de controle e possessão, passando pela violência física e emocional repetida, até chegar — em casos extremos — ao feminicídio. Por isso, qualquer forma de violência deve ser denunciada e interrompida precocemente, antes que chegue a níveis irreparáveis.
Leis e Apoio às Mulheres: Proteção é Direito e Obrigação
No Brasil, existem leis que garantem proteção às mulheres vítimas de violência, entre elas:
✔ Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) – Amplia as medidas de proteção, permitindo, por exemplo, a expulsão do agressor do lar, proibição de contato e atendimento prioritário às vítimas.
✔ Lei do Feminicídio (Lei nº 13.104/2015) – Classifica o feminicídio como crime hediondo, aumentando a pena para homicídios cometidos por razão de gênero.
Essas leis não são apenas instrumentos jurídicos — são garantias que protegem a vida das mulheres, assegurando que casos de violência sejam investigados e punidos conforme a legislação vigente. Independentemente da situação, a mulher deve buscar ajuda: denunciar não é fraqueza, é legado de proteção e direito garantido por lei.
Números de Violência Doméstica e Feminicídio em Mato Grosso do Sul
O cenário em Mato Grosso do Sul é preocupante:
Violência Doméstica
Em 2025, foram registrados mais de 20 mil casos de violência doméstica contra mulheres no estado, uma média de quase 60 casos por dia.
Desses incidentes, 14.657 aconteceram dentro de residências, geralmente cometidos por cônjuges ou parceiros.
Feminicídios
No mesmo ano, o estado registrou 38 feminicídios, número superior aos anos anteriores.
Estatísticas apontam que a grande maioria das vítimas tinha entre 20 e 49 anos e mais de metade eram mães; a maior parte dos autores era companheiro ou ex-companheiro da vítima.
Medidas Protetivas Em 2024
Foram solicitadas mais de 20.000 medidas protetivas de urgência, com mais de 12.000 efetivamente concedidas. Ministério Público MS
Esses números mostram que, embora ainda altos, há uma procura significativa por proteção legal — uma etapa essencial para interromper ciclos de violência antes que evoluam para situações mais graves ou até fatais.
Por Que Denunciar é Essencial?
👉 A denúncia é uma ferramenta de proteção. Muitas vítimas acreditam que o problema é “coisa de família”, mas a lei existe justamente para garantir que ninguém sofra em silêncio.
👉 Rede de apoio especializada – Delegacias da Mulher, serviços de acolhimento, assistentes sociais e psicológicos estão disponíveis para orientar e proteger.
👉 Medida protetiva salva vidas – Ao ser concedida, ela cria uma distância jurídica entre agressor e vítima, podendo evitar que a violência aumente ou evolua para feminicídio.
Conclusão: Violência Nunca é Privada — É Social
Casos como o de Bonito refletem um problema maior e estrutural: a violência contra a mulher começa com atitudes que muitas vezes passam despercebidas e pode culminar em crimes gravíssimos como o feminicídio. Romper o silêncio, denunciar e buscar apoio não é apenas um direito da mulher — é uma forma de salvar vidas.
Se você ou alguém que conhece está em perigo, procure imediatamente os canais de denúncia, incluindo a Polícia (190), a Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) ou uma Delegacia Especializada.

