A juíza Eucélia Moreira Cassal mandou citar o empresário André Luiz dos Santos, conhecido como ‘Patrola’, no caso do crime de assédio sexual supostamente cometido pelo ex-prefeito Marquinhos Trad. O empresário virou réu por favorecimento a prostituição.

A citação seria devido a uma das vítimas ter alegado uma viagem e a defesa dos réus teria solicitado informações. A magistrada da 3º Vara Criminal, no Diário da Justiça desta terça-feira (1º), deu prazo de 5 dias para Patrola apresentar respostas à acusação, “Intime(m)-se o gerente regional da LATAM, para que forneça as informações determinadas à f. 1754-1757, item VII, no prazo de 05 (cinco) dias. II.F. 1999-2000: Aguarde-se o prazo de cumprimento do mandado de citação do réu(é) (s) André Luiz dos Santos. Caso decorrido sem o retorno, requisite-se a devolução devidamente cumprido, em 48h (quarenta e oito horas). III.Com a juntada das informações do item I, dê-se ciência às partes, que poderão complementar as respostas à acusação, já apresentadas, no prazo de 05 (cinco) dias. IV.Na hipótese de ausência de resposta da determinação de item I, certifique-se e retornem na fila de urgentes. Intime(m)-se.”.

O empresário foi denunciado pelo MPMS (Ministério Público Estadual) após o depoimento de três mulheres. Já o ex-prefeito virou réu por assédio sexual contra sete mulheres.

No caso de Marquinhos Trad, foi determinada pela juíza a entrega dos celulares para perícia, no dia 10 de fevereiro deste ano, “a perícia deverá ser realizada pelo Instituto de Criminalísticas, por no mínimo dois peritos do Estado, mediante acompanhamento do assistente indicado pela Defesa.”

Sigilo externo
No dia 6 de fevereiro, a Justiça determinou o sigilo externo da ação penal a qual o ex-prefeito Marquinhos Trad responde por assédio sexual. Ele se tornou réu em cinco acusações. As denúncias começaram a surgir em julho de 2022.

Na decisão foi argumentado que “Diante da manifestação defensiva, comprovando acesso a informações do processo, por terceiros e segredo de justiça já estabelecido para assegurar o direito à intimidade dos envolvidos – réus e vítimas – determino que o presente feito tramite também sob sigilo externo, no qual somente os representantes cadastros conseguem consultar os autos na íntegra”.

O pedido para o sigilo foi feito pela defesa, composta por Rejane Alves de Arruda e Andréa Flores, após vazamento de informações das investigações. Ainda será analisado o pedido de absolvição sumária feito pela defesa.

Relatos de vítimas embasam denúncia contra Marquinhos e empreiteiro
A denúncia foi feita pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) em 8 de novembro deste ano. Na peça, assinada pelo promotor Alexandre Pinto Capiberibe Saldanha da 15ª Promotoria de Justiça de Campo Grande, constam relatos de 7 mulheres que teriam sofrido algum tipo de abuso por parte de Marquinhos Trad.

A primeira vítima relatada na peça tinha cargo comissionado na Prefeitura. Em dezembro de 2018, teria sido assediada ao tentar pedir uma transferência ao então prefeito de Campo Grande.

Segundo a vítima, quando foi sair da sala, Marquinhos tentou dar um beijo e ela se esquivou. Ela acabou exonerada da Prefeitura após sofrer assédio moral também por parte da chefe. Conversa de WhatsApp aponta que Marquinhos a chamava de “princesa” e assediava a servidora.

Já a segunda vítima, conforme o MPMS, fazia parte de uma associação de bairro e participou de reunião no gabinete de Marquinhos naquela época. Ele pediu que ela enviasse um ofício com as solicitações feitas pelo WhatsApp.

Após a reunião, eles tiraram uma foto e Marquinhos teria passado a mão no cabelo da vítima, pedindo que ela enviasse a foto para ele depois. A vítima não encaminhou a foto e, após repassar o documento solicitado pelo então prefeito, recebeu dele a mensagem “Quero te ter, quero você”.

A mensagem foi apagada em seguida. Tempos depois, em 23 de novembro de 2019, na inauguração do posto de saúde, Marquinhos disse para a vítima que ela não respondeu à mensagem, depois de a cumprimentar com um beijo na bochecha, “de forma melada, pegajosa e libidinosa”, aponta o MPMS.

A vítima acabou deixando a associação do bairro, desmotivada após perceber o interesse sexual do ex-prefeito enquanto tentava resolver as necessidades da comunidade.

Defesa alegou armação política
Marquinhos Trad alegou, na época das denúncias, que tudo seria parte de uma ‘armação política’ para prejudicar a candidatura dele a governador de Mato Grosso do Sul após uma discussão por WhatsApp com o secretário de estado de Segurança, Carlos Videira.

Marquinhos Trad (PSD) admitiu que cometeu adultério com ao menos duas das denunciantes enquanto era prefeito de Campo Grande, mas negou os crimes sexuais. Já em 2018, uma denúncia envolvendo suposto assédio contra uma menor aprendiz da Prefeitura chegou ao conhecimento da polícia civil.

Na época, o caso acabou arquivado e a jovem, conforme apurou o Jornal Midiamax, ganhou um cargo sem concurso público no gabinete da Prefeitura de Campo Grande.

Fonte: Midiamax

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